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A freira-da-madeira Pterodroma madeira é uma ave marinha pelágica, endémica da Ilha da Madeira. É uma das aves marinhas mais raras do Mundo, e esteve considerada extinta até aos finais da década de 1960. Apresenta uma população mundial de apenas 65 a 80 casais, com uma área de nidificação restrita ao Maciço Montanhoso Oriental, mais precisamente em pequenos patamares acima dos 1600 metros de altitude, localizados entre o Pico do Areeiro e o Pico Ruivo.

 

 

OBJETIVOS

DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE

PRINCIPAIS AÇÕES EM CURSO

PARCEIROS

PUBLICAÇÕES DE INTERESSE

CONTACTOS

 

 

OBJETIVOS

Esta espécie foi alvo de um Projeto LIFE em 2001/2006 "Conservação da freira-da-madeira através da recuperação do seu habitat". Este projeto  permitiu a contínua monitorização da população, a recuperação do habitat e o reforço do programa de controlo de predadores.

Atualmente os objetivos do programa de conservação desta espécie prendem-se com a monitorização da população e avaliação do sucesso das medidas de gestão implementadas,  para que se proceda a eventuais alterações no mesmo se assim for necessário. São igualmente reforçadas as medidas de proteção contra os predadores naturais (gatos e ratos) nas alturas de nidificação da espécie, bem como efetuada a monitorização de todo o habitat de nidificação.

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DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE

Distribuição

É uma espécie endémica da Madeira.

Descrição e morfometria

É uma ave da família Procellariidae. As asas e o dorso são de tonalidade escura, quase preta. O ventre é esbranquiçado. A cauda é de cor cinzenta. 32 a 34 cm de comprimento e 80-86 cm de envergadura.

Habitat

Ave marinha pelágica, passando grande parte do seu ciclo de vida em alto mar. Nidifica numa área muito restrita da zona montanhosa da Ilha da Madeira, acima dos 1600 m de altitude. Escava os seus ninhos no solo, em locais onde o coberto vegetal se encontra em bom estado de conservação.

Reprodução

A partir do mês de abril, a freira inicia as visitas às suas áreas de nidificação. Numa primeira fase a preparação do ninho, posteriormente o acasalamento, êxodo pré-postura e retorno à colónia. Seguem-se as fases de postura e incubação bem como a eclosão e a partida dos juvenis que decorre até outubro.

Estatuto Legal

Listada no Anexo I da Diretiva Aves e no Anexo II da Convenção de Berna. 100% da área de nidificação está identificada como ZEC e ZPE, integrando a Rede Natura 2000 e no Parque Natural da Madeira

Conservação

A espécie é alvo de um programa de conservação que tem atuado sob múltiplas vertentes. No início dos anos 90, foi criada uma área livre de predadores, nomeadamente ratos e gatos, em redor das suas áreas de nidificação, que foi reforçada em 2001, ao abrigo do projeto LIFE, e que tem sido mantida até aos dias de hoje. De acordo com os resultados verificados, esta é uma medida que tem funcionado de forma bastante eficaz e adequada. No âmbito do referido projeto foram ainda criadas as condições para a recuperação da área de nidificação da freira-da-madeira, através da retirada total do gado aí existente. Em paralelo com estas medidas, os efetivos populacionais continuam a ser seguidos atentamente em cada época de reprodução, e toda a zona de nidificação é alvo de vigilância permanente, estando as visitas noturnas dependentes de autorização deste Instituto.

Ameaças

Historicamente contribuíram decisivamente para o declínio, e quase extinção da população, a predação de ovos e juvenis por animais introduzidos (ratos e gatos asselvajados), a degradação do habitat de nidificação por herbívoros (cabras, ovelhas e coelhos) e a captura pelo Homem. Atualmente, com a tomada de medidas de minimização destas ameaças (existência de um programa de controlo das populações de ratos e gatos asselvajados, e retirada do gado da área de nidificação), dois aspetos a ter em conta são o colecionismo e a potencial perturbação causada pela atividade ecoturística. 

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PRINCIPAIS AÇÕES EM CURSO

É alvo de um projeto de conservação que, entre outras medidas de gestão, avalia e monitoriza de forma continuada o sucesso reprodutor da colónia.
Após o incêndio que teve lugar em agosto de 2010,e apesar da pronta intervenção no terreno, a época reprodutiva em 2010 acabou por ser muito afetada, com a mortalidade registada entre os juvenis a ser extremamente elevada. No entanto, a estimativa do efetivo populacional não será afetada e a sobrevivência da espécie não está em causa, já que nos últimos anos a produtividade da colónia (número de juvenis a saírem para o mar) tem sido alta, e o habitat de nidificação encontra-se completamente recuperado e inclusivamente melhorado.
Assim sendo, e apesar da devastação registada em 2010, existem boas perspetivas da continuação do aumento dos efetivos populacionais da freira-da-madeira, melhorando o estatuto de conservação da espécie e do seu habitat de nidificação.

Época reprodutora 2012

  • Durante esta época reprodutora foram feitas visitas regulares às áreas de nidificação.
  • As áreas de nidificação (mangas) apresentaram uma boa capacidade de recuperação do coberto vegetal. Foram distribuídas sementes de plantas e arbustos endémicos como em anos anteriores e cortadas as espécies exóticas invasoras, nomeadamente a giesta.
  • Foram monitorizadas com regularidade toda a proteção contra os predadores naturais, (as caixas de veneno, bem como todas as gatoeiras montadas no terreno).
  • Foram realizadas escutas, para prospeção de novas áreas de nidificação.

     

      Considerações finais

      • Embora o ano de 2012 não fosse um dos melhores para o sucesso reprodutor desta ave, pois o número de juvenis que saíram foi relativamente mais baixo que em anos anteriores, temos a esperança que este período tenha coincidido com as naturais oscilações que estas espécies de aves apresentam ao longo da sua reprodução.
      • É importante continuar o esforço de recuperação local destas áreas, assim como proceder à prospeção de áreas potenciais para onde as aves possam se ter deslocado.
      • Obviamente que o sucesso a longo prazo destas medidas fica condicionada à recuperação a montante de toda a área do Maciço Montanhoso Central.
      • É nosso entendimento de que o trabalho de recuperação dos ninhos e das áreas de nidificação revela-se importante na recuperação da espécie. Contudo é imprescindível a monitorização de toda esta área e da própria espécie. Assim sendo, estão preconizadas ações de continuidade, como sejam:
        1.  Monitorização da Flora nas áreas de nidificação.
        2.  Distribuição de sementes de plantas endémicas, originárias daquelas áreas.
        3.  Continua proteção contra os predadores naturais (gatos e ratos).
        4.  Monitorização das épocas reprodutivas da freira-da-madeira.
        5.  Prospeção de novas áreas de nidificação desta espécie.

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      PARCEIROS

      Após o incêndio de agosto de 2010, a SPEA e a Birdlife International uniram esforços na angariação de donativos para apoio nos trabalhos de minimização dos estragos e recuperação do habitat através do pedido Just Giving , bem como a nível nacional através dos sócios e colaboradores da SPEA juntando-se ainda a candidatura ao Fundo Mark Constantine que também foi aprovada.

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      PUBLICAÇÕES DE INTERESSE

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      CONTACTOS

      Coordenação do projeto

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