A área da Quinta do Monte era inicialmente, tal como foi referido, de cerca de 6 hectares (57.720 m2). Em maio de 2004 foi subtraída uma parcela a norte para a construção de um parque de estacionamento e de um campo polivalente. Anterior a esta data também já tinha sido retirada uma fração da mata para construir um tanque de rega, que recebe água da levada do Barreiro e abastece o regadio de vários sítios da freguesia do Monte. Em 2006, a Quinta do Monte possuía uma área de cerca de 4, 5 hectares (45.000m2), ocupados pelo conjunto dos edifícios, dos passeios, caminhos, jardins e mata. Os jardins ocupavam uma plataforma inclinada para sul e sudoeste localizada entre as cotas 500 e 600 (altitude), segundo andar fitoclimático, outrora zona de Floresta Laurissilva de mais baixa altitude (Floresta Laurissilva do Barbusano). Refira-se que entre as espécies presentes, existiam três lauráceas que caracterizam a referida Floresta Laurissilva do Barbusano e que existiam antes da humanização da paisagem: barbusano Apollonias barbujana, loureiro Laurus novocanariensis, til Ocotea foetens.

Refira-se que na zona de mata existiram até à atualidade plantas indígenas, como é o caso dos loureiros Laurus novocanariensis; plantas exóticas como é o caso dos castanheiros Castanea sativa; e ainda de caráter invasor como os incenseiros Pittosporum undulatum e as acácias Acacia dealbata, A. longifolia, A, mearnsii, A. Melanoxylon. A envolver o relvado existiam essencialmente exóticas de grande porte, como é o caso das sequóias Sequoia sempervirens, das criptomérias-elegantes Cryptomeria japonica, das faias europeias Fagus sylvatica e Fagus sylvatica subsp.purpurea, dos tulipeiros-arbóreos Liriodendron tulipifera e dos carvalhos Quercus robur e Quercus rubra.

Até agosto de 2016 foram referidos cerca de 309 taxa, indicando a importância deste espaço quanto à sua riqueza florística, com uma densidade florística de cerca de 80 taxa/ha, destacando: 96 famílias botânicas, 223 géneros, 284 espécies, 8 subespécies, 6 variedades e 11 hibrídos.

Como curiosidade é de referir que no período entre 2002 e 2005 não foram observadas flores de 18 taxa, treze dessas plantas não floriram, provavelmente por não aclimatação ou pela sua juventude (época de introdução no espaço até época de observação e registo), como foi o caso doas plantas endémicas da Madeira: o isoplexis Isoplexis sceptrum e a múchia-de-wollaston Musschia wollastonii.

Neste espaço foram registadas 71 espécies perenifólias (70,3% das árvores que habitavam a Quinta) e 29 caducifólias (28,7%); 77 herbáceas perenifólias (78,6%) e 21 sazonais (21,4%) e 11 arbustos caducifólios (10%).

A descrição existente das plantas na Quinta, ocorre nos períodos de floração ao longo de todo ano, realçando a grande diversidade existente e justificando o interesse por aquele espaço ao longo de todo o ano.

Na primavera-verão era a época em que havia uma maior observação de exemplares em floração, quer de plantas indígenas (algumas endémicas) quer de exóticas, como por exemplo: erva-gigante Acanthus mollis, castanheiros-da-índia Aesculus hippocastanum, agapantos Agapanthus praecox subsp. orientalis, estreleiras Argyranthemum dissectum, A. haematoma, losna Artemisia argentea, martinetes Callistemon formosus, C. rigidus, dragoeiro Dracaena draco subsp. draco, gerânio-da-madeira Geranium maderense, hortênsias Hydrangea arborescens, H. áspera, H. macrophylla, H. paniculata, H. quercifolia, H. serrata, lírio-branco Iris germânica subsp. florentina, azevinho-comum Ilex aquifolium, azevinho da Madeira Ilex canariensis, tulipeiro-arbóreo Liriodendron tulipifera, Magnólia Magnolia grandiflora, carocha Michelia figo, bela-sombra Phytolacca dioica, mocano Pittosporum coriaceum, ginjeira-brava Prunus hixa, abrotona-amarela Teucrium abutiloides e abrotona Teucrium betonicum.

Na época de Verão- Outono é menos frequente a observação de flores, no entanto é de registar algumas espécies, como por exemplo: açucenas-da-serra Amaryllis belladonna, caliandras Calliandra protoricensis, C. surinamensis, folhado Clethra arborea, grevílea Grevillea lanigera, cardeal-roxo Hibiscus syriacus e iúca Yucca gloriosa.

Na época outono-inverno era possível observar floração em algumas das espécies, tais como: barbusano Apollonias barbujana, couve-de-jardim Bergenia crassifolia, cameleira Camellia japonica, olaia Cercis siliquastrum, loureiro Laurus novocanariensis, malmequer-arbóreo Montanoa bipinnatifida, cila-da-madeira Autonoe maderensis e jarros Zantedeshia aethiopica.

Finalmente, na época inverno-primavera o registo de espécies em floração é mais frequente e é de destacar: piteira Agave attenuata, ameixeira-de-espinho Berberis maderensis, canforeira Cinnamomum camphora, figueira-do-inferno ou alindres Euphorbia mellífera, eucalipto Eucalyptus robusta, faia-das-ilhas Myrica faya, pau-branco Picconia excelsa, rododendro Rhododendron arboreum e o seixeiro Salix canariensis.