As Áreas Protegidas comportam constantemente profundas alterações provocadas pelas múltiplas e crescentes atividades humanas que nelas se fazem sentir. A introdução de plantas invasoras, que levam à descaraterização dos ecossistemas, é uma, entre muitas, dessas alterações sendo uma das situações mais difíceis de controlar e recuperar.
Na Madeira, estas plantas foram introduzidas consciente ou inconscientemente, propagando-se e desenvolvendo-se espontaneamente, tornando-se a maior ameaça ao equilíbrio e futuro dos ecossistemas insulares. Perante a responsabilidade de conservar o Património Natural da Região,têm sido promovidos diversos projetos que visam controlar ou erradicar este tipo de plantas das Áreas Protegidas.
Lista de Espécies Isentas de Licença prevista no artigo 4.º do Decreto Legislativo Regional n.º17/2023/M, de 11 de abril, retificado pela Declaração de Retificação n.º2/2023/M, de 2 de maio (sem prejuízo do cumprimento de outras disposições legais)
Decreto Legislativo Regional n.º 17/2023/M - Aprova o regime jurídico aplicável ao controlo, à detenção, à introdução na natureza e ao repovoamento de espécies exóticas na Região Autónoma da Madeira e assegura a execução, na ordem jurídica regional, do Regulamento (UE) n.º 1143/2014, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro de 2014, relativo à prevenção e gestão da introdução e propagação de espécies exóticas invasoras.
Lista Regional de Espécies Invasoras
PRINCIPAIS ESPÉCIES INVASORAS DA R.A.M.
OBJETIVOS
O principal objetivo deste programa é a salvaguarda do Património Natural da RAM, através do controlo e erradicação de plantas invasoras e da recuperação de ecossistemas naturais.
É também objetivo, a sensibilização dos gestores e utilizadores dos espaços naturais, assim como de todos aqueles que estão ligados ao setor da produção e venda de plantas.
HISTORIAL
O primeiro projeto a ser implementado abrangeu a zona do Ribeiro Frio, tendo sido co-financiado pela WWF e abatidos numerosos exemplares de plátano-bastardo Acer pseudoplatanus.
Em 1998, cofinanciado pelo programa LIFE Natureza, foi iniciado um projeto de erradicação da bananilha Hedychium gardnerianum no interior e zonas limítrofes da Laurissilva.
Em finais da década de 1990, procedeu-se à erradicação da abundância Ageratina adenophora na Deserta Grande, tendo sido efetuado o arranque de centenas de plantas que existiam na zona da Doca.
Em 2001, iniciou-se um outro projeto na Reserva Natural das Ilhas Selvagens, de erradicação da tabaqueira azul Nicotiana glauca, financiado pelo programa Leader + tendo ficado numa situação controlada.
Em 2005, foi realizado o levantamento das áreas ocupadas pelas 10 espécies invasoras mais agressivas presentes na Laurissilva e foram definidas as zonas prioritárias de intervenção para a erradicação das mesmas.
Em 2006, foi iniciado um novo projeto na Ponta de São Lourenço, de erradicação de grandes manchas de chorão-das-praias Carpobrotus edulis, de pequenos núcleos de cana-vieira Arundo donax e de rícinio Ricinus communis. Este projeto contou com o prestável apoio da Direção Regional de Educação Especial e Reabilitação e do Comando da Zona Militar da Madeira. Atualmente, a situação está controlada devido às periódicas monitorizações efetuadas.
Também em 2006, foi iniciado um projeto na Laurissilva, mais precisamente na área da Fajã da Nogueira e Ribeira Funda de São Jorge, de erradicação de pequenos núcleos de novelos Hydrangea macrophylla, de tabaqueira Solanum mauritianum, de maracujá-banana Passiflora molissima e de bananilha Hedychium gardnerianum. Este projeto, contou com o apoio do Comando da Zona Militar da Madeira e das Juntas de Freguesia de São Jorge, Ilha e Santana.
Em 2009 foram iniciados três outros projetos. Um de erradicação de núcleos de piteira Agave americana, na Ponta de São Lourenço, um de controlo da alpista Phalaris aquatica, no Vale da Castanheira na Deserta Grande e outro de controlo da avoadeira Conyza bonariensis, na Selvagem Grande.
Sempre com o propósito da salvaguarda do Património Natural, em 2010, deu-se início a outros projetos de controlo de plantas invasoras, nomeadamente, ao de controlo da piteira Agave americana e da tabaqueira azul Nicotiana glauca, no Ilhéu de Cima no Porto Santo, e ao de controlo da giesta Cytisus scoparius, numa pequena área junto a uma zona de nidificação da ave freira-da-Madeira, no Areeiro.
Outra componente deste programa, igualmente importante, é a sensibilização das comunidades locais, uma das medidas fundamentais de prevenção da introdução de espécies exóticas. Nesse sentido, são realizadas palestras junto das escolas, cursos de formação sobre plantas invasoras direcionados a professores do ensino básico, autarcas e agricultores. A sensibilização dos gestores e utilizadores dos espaços naturais, assim como de todos aqueles que estão ligados ao sector da produção e venda de plantas e demais seres vivos é uma mais-valia para o controlo da introdução de espécies exóticas nos ecossistemas insulares.
A problemática do controlo de espécies invasoras em ecossistemas naturais tem levado a que haja uma aposta num programa contínuo, multidisciplinar e transversal, que tem conduzido à apresentação de diversos materiais de divulgação sobre este tema.
PRINCIPAIS AÇÕES
Desde 2006, foram desenvolvidas diversas ações de controlo e erradicação de pequenos núcleos de novelos Hydrangea macrophylla, de tabaqueira Solanum mauritianum, de maracujá-banana Passiflora molissima e de bananilha Hedychium gardnerianum em áreas de Laurissilva. Estas ações foram desemvolvidas com o apoio do Comando da Zona Militar da Madeira assim como, de Juntas de Freguesias em anos anteriores.
Desde 2008, foram desenvolvidas ações periódicas de monitorizações das espécies chorão-das-praias Carpobrotus edulis, cana-vieira Arundo donax e de rícinio Ricinus communis e de ações de controlo e erradicação de piteira Agave americana na Ponta de São Lourenço. Estas ações foram desenvolvidas com o apoio da Direção Regional de Educação Especial e Reabilitação e do Comando da Zona Militar da Madeira.
Desde 2009 está a ser efetuado um controlo progressivo da alpista Phalaris aquatica, no Vale da Castanheira na Deserta Grande e da avoadeira Conyza bonariensis, no topo da Selvagem Grande.
Desde 2010, no âmbito do Projeto Life Ilhéus do Porto Santo, foram desenvolvidas ações de controlo e erradicação da piteira Agave americana e da tabaqueira azul Nicotiana glauca, no Ilhéu de Cima.
PRINCIPAIS ESPÉCIES INVASORAS DA R.A.M.
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NOME COMUM |
NOME CIENTÍFICO |
PARCEIROS
Comando da Zona Militar da Madeira (através da parceria com o Regimento de Guarnição n.º 3).
Direção Regional de Educação Especial e Reabilitação (através dos Centros de Atividades Ocupacionais do Funchal, de Machico e da Ponta Delgada)
Juntas de Freguesia de diversos Municípios.
Fundação Berardo (através da cedência de plantas, na sua maioria típicas da Laurissilva)
Centro de Floricultura do Lugar de Baixo da Direção Regional de Agricultura e do Desenvolvimento Rural (através da cedência de plantas endémicas)
Departamento de Biologia da Universidade da Madeira (através de trabalhos de estágios)
PUBLICAÇÕES DE INTERESSE
Medeiros C., Jesus M., Gouveia L., Fontinha S. (2007). "Plantas invasoras como combatê-las". Secretaria Regional do ambiente e Recursos Naturais – Parque Natural da Madeira.
LINKS ÚTEIS
DAISIE – Delivering Alien Invasive Species In Europe
HEAR – Hawaiian Ecosystems at Risk
GOSTARIA DE COLABORAR?
Existem várias formas, muito simples de aplicar, se realmente estiver interessado em colaborar nesta grande luta que é o Controlo de Espécies Invasoras.
Sempre que viajar não caia na tentação de trazer consigo plantas exóticas!
Na escolha de uma planta, para colocar na sua casa ou exploração, privilegie sempre as nativas em função das exóticas!
Faça compostagem com os desperdícios vegetais que retirar do seu jardim ou da sua exploração, nunca os deposite ou transporte para outros locais, principalmente para as áreas naturais!
Mantenha os seus terrenos e jardins livres de plantas invasoras.
Promova e participe em ações de controlo e eliminação de plantas invasoras.
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