Na vertente sul da ilha, numa área de distribuição dos 0 até os 200 m de altitude, o tipo de vegetação potencial, ou seja a vegetação que existiria naturalmente sem a intervenção humana, seria uma floresta indígena madura dominada pela oliveira-brava endémica da Madeira (Olea maderensis) denominada Zambujal. Presentemente podemos observar alguns exemplos deste tipo de floresta bem preservados na Ribeira Brava.
Desta comunidade arbórea climácica, cientificamente designada por Oleo maderensis-Maytenetum umbellatae fazem parte a espécie Dracaena draco (dragoeiro) e ainda os arbustos endémicos da Madeira Chamaemeles coriacea e Maytenus umbellata (buxo-da-rocha), Echium nervosum (massaroco) o Asparagus scoparius (esparto) e Helichrysum melaleucum (perpétua). Em algumas zonas limítrofes e de transição do Zambujal, encontramos ainda comunidades de Euphorbia piscatoria (figueira-do-inferno), onde co-dominam as espécies Globularia salicina (malfurada) e Echium nervosum (massaroco). Nessas zonas, em alguns afloramentos rochosos, comunidades vegetais algumas das quais dominadas pela Artemisia argentea (losna) e a Genista tenera (piorno) e outras dominadas pelo Aeonium glutinosum (ensaião) e pelo Sedum nudum (arroz-da-rocha).
Entre os 200 e os 300 m na costa sul e os 0 e 80 m na vertente norte observaríamos ainda um bosque arborescente indígena dominado pela espécie Sideroxylon mirmulans (marmulano). São também característicos deste bosque as espécies endémicas Maytenus umbellata (buxo-da-rocha) e Globularia salicina (malfurada).
O zambujal, assim como a generalidade da vegetação costeira da Madeira, encontra-se atualmente muito degradada e alterada devido à intensa pressão humana, nomeadamente o uso do território para a agricultura e na expansão urbana.
Relativamente aos briófitos, nas zonas costeiras e áridas do litoral da ilha da Madeira, Porto Santo e Desertas predominam os elementos mediterrâneos, mais tolerantes a secura e à elevada temperatura e luminosidade. Aqui, encontram-se apenas briófitos terrícolas e saxícolas, a crescer em pequenas populações mais dispersas e em locais mais sombrios e húmidos. Duas espécies endémicas da Madeira existem neste tipo de habitat. Uma dessas espécies, Riccia atlantica, existe na ilha da Madeira e nas ilhas Desertas e outra, Frullania sergiae, na Deserta grande e Porto Santo.