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Presentemente, a vegetação vascular do Porto Santo é essencialmente constituída por um coberto herbáceo dominado por plantas anuais e bienais xerófilas, sendo o coberto arbóreo muito pouco significativo e reduzido a plantações de espécies de coníferas exótica nos picos mais altos da ilha. Contudo, ainda podemos encontrar flora e vegetação natural em alguns locais, nomeadamente nos picos daquela ilha.

Da  análise de dados históricos e observação dos últimos  redutos de flora indígena ainda existentes no Porto Santo indicam que a flora original desta ilha incluiu dois tipos de comunidade florestal; o Zambujal e a Laurissilva do Barbusano. Este Zambujal assemelhar-se-ia ao existente na ilha da Madeira e ocuparia as cotas altitudinais mais baixas da ilha do Porto Santo. Esta comunidade florestal seria dominada pela Olea maderensis (oliveira-brava), pela Dracaena draco (dragoeiro) e ainda pelo Juniperus turbinata subsp. canariensis (zimbreiro). Ainda podemos encontrar exemplares de oliveira-brava no Pico Branco, Pico Juliana, Pico Ana Ferreira. O zimbreiro só ocorre no Pico Branco.

Os núcleos de Laurissilva do Barbusano, dominados pela Apollonias barbujana (barbusano) ocorreriam na vertente norte da ilha do Porto Santo, sobretudo nos picos mais altos da ilha, sendo a sua constituição similar à existente na ilha da Madeira. Atualmente esta espécie está extinta em Porto Santo tal como o dragoeiro.

 

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A pequena dimensão da ilha do Porto Santo, recursos naturais limitados e a atividade humana, nomeadamente a pastorícia, a conversão de terrenos para a agricultura e a pressão urbana, conduziu, desde a colonização da ilha até à atualidade, à degradação da maior parte desta vegetação original. Apesar disso, restritas a algumas zonas menos acessíveis do litoral e picos do Porto Santo existem ainda alguns redutos de flora indígena, com espécies endémicas do Arquipélago da Madeira (Chamaemeles coriacea – buxo-da-rocha, Cheirolophus massonianus, Plantago leiopetala) e outras restritas à ilha do Porto Santo. Destas últimas, destacam-se Limonium lowei, Lotus loweanus, Saxifraga portosanctana, Vicia ferreirensis e Vicia costae. Outra particularidade da ilha do Porto Santo encontra-se nas condições geológicas desta ilha, nomeadamente na existência de dunas resultante do substrato arenoso existente. A dinâmica destes ecossistemas dunas permite o desenvolvimento e manutenção de algumas comunidades vegetais específicas e únicas no Arquipélago da Madeira.

Estudos recentes (Carvalho et al. 2013) listaram para os ilhéus de Porto Santo um total de 173 táxones, dos quais 138 ocorrem no Ilhéu de Cima, 97 no Ilhéu da Cal, 94 no Ilhéu de Ferro, 8 no Ilhéu da Fonte da Areia, 29 no Ilhéu das Cenouras, e 15 no Ilhéu de Fora.

Os ilhéus do Porto Santo, por possuírem uma flora e vegetação semelhantes à ilha principal, assumem‐se como locais privilegiados de conservação, quer pela sua área reduzida e de mais fácil gestão, quer pelo seu isolamento em relação às áreas de forte pressão humana.

 
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A brioflora do Porto Santo, apesar de não ser exuberante, é constituída por aproximadamente 137 espécies de briófitos. A maioria das espécies é de características mediterrâneas, mais tolerantes a secura e à elevada temperatura e luminosidade. Apenas nos picos mais altos, encontramos uma brioflora mais diversa, com uma importante representação de espécies atlânticas. Da brioflora existente, destaca-se a espécie endémica da Madeira Frullania sergiae, que existe também nas ilhas Desertas.

Bibliografia:
Carvalho, J.A., Fernandes, F. & Santos-Guerra, A. (2013). The Vascular flora of Porto Santo: A catalogue of its islets. Boletim do Museu Municipal do Funchal, 63(335): 5-20.

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