- Detalhes
Foto 1: Musschia isambertoi |
Foto: Carlos Viveiros |
Musschia isambertoi é uma planta exclusiva da Deserta Grande, e uma das plantas endémicas mais ameaçadas do arquipélago da Madeira. É considerada como Criticamente Ameaçada segundo os critérios da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza), dadas as ameaças permanentes que está sujeita, nomeadamente a presença do gado no seu habitat natural.
Esta espécie encontra-se confinada a um local pequeno e de difícil acesso no “Porto das Moças”.
Foto 3b: Musschia isambertoi no seu habitat natural (Deserta Grande - Porto das Moças) |
O acesso ao habitat natural desta espécie pelo mar só é possível com o auxílio de recursos humanos e materiais apropriados.
O Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) tem desenvolvido diversas ações integradas que visam a sua conservação, nomeadamente com duplicações ex situ em “Chester ZOO” e “National Botanic Garden of Wales” (instituições que estabeleceram protocolos de colaboração com o IFCN para a propagação/conservação desta espécie).
Deste modo destacam-se as seguintes ações:
- monitorização da espécie no seu habitat natural;
- implementação de vedação para proteger a espécie de herbivoria. Neste sentido IFCN e o Grupo de Especialistas da Flora Macaronésica da UICN, candidataram-se a um projeto de recuperação desta espécie denominado “Ações preliminares de conservação da Musschia isambertoi”, financiado da UICN através da “Planta - Plantlife Conservation Society”, para aquisição de materiais;
- propagação ex situ no Jardim Botânico da Madeira (Foto 4a);
- conservação ex situ de sementes no Banco de Sementes do Jardim Botânico da Madeira;
- constituição ex situ de um núcleo de plantas no Núcleo dos Dragoeiros das Neves;
- constituição ex situ de um núcleo de plantas em “Chester ZOO” e no “National Botanic Garden of Wales”.
Foto 4a: Musschia isambertoi no Jardim Botânico da Madeira |
Foto: Olga Baeta |
Foto 2: Sementes de Musschia isambertoi preservadas no Banco de Sementes do Jardim Botânico da Madeira |
Foto3a: Musschia isambertoi a crescer no Núcleo dos Dragoeiros |
Foto 4b: Musschia isambertoi em “Chester ZOO” |
- Detalhes
Localização e geografia das Ilhas Selvagens
Selvagem Grande | Selvagem Pequena | Ilhéu de Fora |
O arquipélago das Selvagens é um grupo muito remoto e isolado de ilhas oceânicas portuguesas, localizado no Atlântico Nordeste. É formado por 3 pequenas ilhas principais desabitadas de origem vulcânica entre os arquipélagos da Madeira e das Canárias.
A norte temos a Selvagem Grande, e a Sudoeste, separado desta de cerca de 10 milhas, temos um grupo composto pela Selvagem Pequena, Ilhéu de Fora e outros ilhéus menores (Figueira 1964).
A Selvagem Grande é a maior e mais alta das ilhas, tendo cerca de 2,46 Km2 e atingindo a maior altitude no Pico da Atalaia (153 m); a Selvagem Pequena apresenta uma área de cerca de 0,65 Km2, sendo o Pico do Veado (49 m) o ponto mais alto, e quase toda a ilha encontra-se coberta por areia calcária; a SO da Selvagem Pequena existem alguns pequenos ilhéus, destacando-se o Ilhéu de Fora, com uma área de cerca de 0,071 Km2 e 18 m de maior altura, e separado da Selvagem Pequena por um canal com 1.200 m (Figueira 1964). As Ilhas Selvagens apresentam uma biodiversidade notável https://ifcn.madeira.gov.pt/images/Doc_Artigos/Divulgacao/publicacoes/livros/ILHAS_SELVAGENS.pdf que levou à classificação destas ilhas como Reserva Natural em 1971, e são zelosamente protegidas por Vigilantes da Natureza e pela Polícia Marítima, que aí permanecem durante todo o ano.
O Projeto RESCUE
Argyranthemum thalassophilum | Euphorbia anachoreta | Deucalion oceanicum |
O projeto “Resgate da extinção de espécies endémicas de plantas e escaravelhos das Ilhas Selvagens” pretende salvaguardar um conjunto de espécies únicas que se encontram em estado crítico de conservação, nomeadamente duas espécies de plantas vasculares, a estreleira das Selvagens (Argyranthemum thalassophilum) e a eufórbia do das Selvagens (Euphorbia anachoreta) e o escaravelho longicórnio do ilhéu de Fora (Deucalion oceanicum).
A singularidade destas espécies resulta do seu isolamento genético e geográfico, apresentando atualmente efetivos populacionais extremamente reduzidos. As alterações climáticas constituem uma das principais ameaças a estas espécies, nomeadamente com a esperada subida do nível do mar e o aumento previsível da temperatura.
Dada a ocorrência destas espécies em áreas remotas, pouco se sabe da sua ecologia, demografia e genética. Um estudo florístico efetuado em 2013 alertou para a urgência na conservação destas duas espécies de plantas dadas as ameaças existentes, o seu reduzido efetivo populacional e a ausência de recrutamento (Carvalho et al. 2021, López‐Pujol et al., 2013). As lacunas de informação relativamente ao escaravelho D. oceanicum são ainda maiores, não existindo dados sobre a sua abundância, ecologia e história de vida. Sabe-se, contudo, que este coleóptero utiliza a E. anachoreta como planta hospedeira durante os seus estádios larvares, sendo vital para a sua sobrevivência.
Inventário da flora e vegetação no Ilhéu de Fora |
Monitorização da população de Euphorbia anachoreta |
O projeto RESCUE apresenta 8 ações principais para recuperar as populações destas espécies ameaçadas de extinção: 1) recolha de informação de base sobre as espécies alvo e respetivos habitats; 2) avaliação das variáveis edafoclimáticas nas áreas de distribuição atual e potencial das espécies; 3) determinação da variabilidade genética das populações alvo com base em estudos moleculares; 4) avaliação/reavaliação do estado de conservação das espécies com base na metodologia da UICN; 5) monitorização das populações das espécies alvo e dos seus habitats; 6) implementação de um programa de reprodução em cativeiro para as espécies alvo; 7) elaboração de uma estratégia de conservação; e 8) reintrodução das espécies alvo numa ilha próxima com habitat adequado (Selvagem Grande).
Equipa do projeto
A concretização das ações preconizadas envolve a Divisão de Gestão e Valorização de Áreas Classificadas (DGVAC), gestora da reserva natural das ilhas Selvagens, e ainda a coordenação do Corpo de Vigilantes da Natureza. O projeto conta também com a participação de vários parceiros nacionais e internacionais, nomeadamente dois grupos de especialistas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) para os grupos biológicos em apreço: Grupo de Especialistas das Plantas das Ilhas da Macaronésica (MIPSG, https://www.iucn.org/our-union/commissions/group/iucn-ssc-macaronesian-islands-plant-specialist-group) e Grupo de Especialistas em Invertebrados das Ilhas do Atlântico (AIISG, http://www.aiisg.com/), dos quais fazem parte os técnicos superiores do IFCN Carlos Lobo, Francisco Fernandes e Dinarte Teixeira. Os dois primeiros estarão envolvidos na avaliação do estado de conservação das espécies de plantas alvo, enquanto o último coordenará a avaliação ecológica e edafoclimática das áreas de intervenção, sendo ainda responsável pela avaliação do estado de conservação de D. oceanicum, na qualidade de coordenador das listas vermelhas do AIISG.
O investigador Mário Boieiro (Ce3c, Universidade dos Açores) coordenará as ações dirigidas ao D. oceanicum, enquanto a avaliação da variabilidade genética das espécies de plantas vasculares alvo do projeto será coordenada pela Prof. Doutora Mónica Moura (Universidade dos Açores) em conjunto com Francisco Fernandes.
O Projeto é coordenado pelo IFCN e tem como parceiros o Conservatoire Botanique National de Brest (França, https://www.cbnbrest.fr/) e o Chester Zoo (Reino Unido, https://www.chesterzoo.org/), os quais terão um papel relevante na propagação das espécies alvo em cativeiro. Possuem instalações otimizadas para o efeito, as quais seguem as regras definidas pela UICN e pela Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA, https://www.eaza.net/) para os programas de reprodução em cativeiro (UICN 2014), disponibilizarão técnicos especializados nas áreas em apreço e custearão estas ações. Por fim, o projeto conta ainda com a assessoria científica do Prof. Doutor Manuel Nogales (Conselho Superior de Investigações Científicas, Espanha), renomado investigador com mais de 30 anos de experiência em ecologia insular e conservação da natureza.
Por último destaca-se a importância do Banco de Sementes do Jardim Botânico da Madeira, que conserva coleções de sementes e médio e longo prazo destas duas espécies alvo do projeto, e as instalações do IFCN onde se fazem as propagações quer por sementeira quer por estacaria.
Financiamento
O financiamento geral do projeto RESCUE fica a cargo da Mossy Earth (https://www.mossy.earth/), entidade empenhada no restauro de ecossistemas selvagens, no apoio e valorização da biodiversidade e no combate às mudanças climáticas, que assume um apoio financeiro até 2028, num valor total estimado de 39404 €.
Bibliografia
Carvalho, J.A., Vilatersana, R. & López-Pujol, J. 2021. Conservation status of three endemic plants of the Selvagens Islands (Northern Atlantic Ocean): Argyranthemum thalassophilum, Asparagus nesiotes subsp. nesiotes and Euphorbia anachoreta, Plant Biosystems - An International Journal Dealing with all Aspects of Plant Biology, DOI: 10.1080/11263504.2020.1829728.
Figueira, A.J.G. 1964. Scientific Expedition to the Salvage Islands July 1963. II. The Salvage Islands: Some geographical, geological and historical notes. Boletim do Museu Municipal do Funchal 18, 132-139.
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PROJETO
O projeto LIFE Pterodromas4future | LIFE Freiras (LIFE20 NAT/PT/001277) é um projeto de conservação de natureza, cofinanciado a 70% pelo Programa LIFE Natureza da Comissão Europeia num montante total de 1 838,151€. Está a decorrer desde 1 de outubro de 2021 até 30 de setembro de 2026 e é coordenado pelo Instituto de Florestas e Conservação de Natureza, IP-RAM (IFCN, IP-RAM), em parceria com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e com a XGT – Soluções Informáticas, SA (XGT).
OBJETIVO
Este projeto de conservação de natureza tem como objetivo geral melhorar e garantir o estado de conservação das aves marinhas endémicas do arquipélago da Madeira - freira-da-madeira (Pterodroma madeira) e freira-do-bugio (Pterodroma deserta), nas suas áreas de nidificação (áreas de intervenção) – Maciço Montanhoso Oriental na ilha da Madeira e Bugio nas ilhas Desertas, respetivamente.
O projeto visa a conservação destas espécies a longo prazo, através do aumento da resiliência do habitat de nidificação às alterações climáticas (que resultam, por exemplo, em incêndios e eventos climáticos severos) e da minimização do impacto das ameaças (como predadores introduzidos e poluição luminosa), reduzindo assim a mortalidade de adultos e juvenis durante a época de reprodução.
Mais informação no site do projeto: https://www.lifepterodromas-ifcn.pt/
AÇÕES
Para atingir o objetivo, o projeto tem como ações gerais:
Pterodromas
- Modernização da monitorização das freiras com novas tecnologias não invasivas, minimizando o impacto nos habitats e nas aves.
- Aumento e atualização do conhecimento sobre as áreas de nidificação, sobre o tamanho das populações e tendências de ambas as espécies.
Ameaças
- Colocação de ninhos artificiais nas duas áreas de intervenção – Areeiro e Bugio;
- Criação de barreira corta-fogo em redor das áreas de nidificação no Areeiro com erradicação e controlo de plantas invasoras.
- Modernização do controle e da monitorização de predadores nas áreas de intervenção.
- Minimização da poluição luminosa nos corredores de voo entre o mar e as áreas de nidificação.
- Regulamentação das atividades de natureza nas áreas de nidificação da freira-da-madeira.
Sensibilização
- Aumento da sensibilização e do conhecimento do público em geral, escolas, montanhistas e turistas, sobre as freiras e as suas ameaças.
Questionário de avaliação das ações de divulgação
CONTACTOS
Coordenação do Projeto:
Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-Ram
Divisão de Gestão e Valorização de Áreas Classificadas (DGVAC)
Rua João de Deus 12 F, RC C, 9050-027 Funchal.
Telefone: (351) 291 145590
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Redução e mitigação do impacte da poluição luminosa nas áreas de Rede Natura 2000 da Macaronésia (LIFE20 NAT/PT/001098)
A poluição luminosa é um tipo de poluição pouco conhecida, mas com impactos significativos quer na biodiversidade quer nos próprios seres humanos e na sua saúde. Embora a origem desta poluição esteja mais ligada a espaços urbanos, os seus efeitos atingem tanto as áreas da Rede Natura 2000 como espécies protegidas, que não se encontram restritas às fronteiras das áreas classificadas.
O projeto, coordenado pela Sociedade Portuguesa para os Estudo das Aves, tem como objetivo reduzir a poluição luminosa que afeta as áreas protegidas dos arquipélagos da Madeira, Açores e Canárias, e mitigar os seus impactos nas espécies protegidas ao nível da UE.
Objetivos:
- Estudar os impactes da poluição luminosa na biodiversidade (aves marinhas, morcegos e borboletas noturnas)
- Mapear a poluição luminosa nos sítios da Rede Natura 2000 na Macaronésia
- Reduzir a poluição luminosa em dois municípios e elaborar planos diretores de iluminação pública para os restantes
- Desenvolver soluções-piloto para a iluminação de dois barcos de pesca
- Desenvolver ações de sensibilização nos três arquipélagos
O IFCN, como parceiro no projeto, será responsável pelas ações relacionadas com a caracterização/distribuição de morcegos nas áreas de Rede Natura 2000, bem como participará nas ações de resgate de aves marinhas.
Mais informação no site do projeto:https://naturaatnight.spea.pt/
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O projeto VECLAM – Vigilância do Estado de Conservação do Lobo-marinho no Arquipélago da Madeira, é um projeto de conservação da espécie Monachus monachus, coordenado pelo Instituto de Florestas e Conservação de Natureza, IP-RAM (IFCN, IP-RAM), e cofinanciado a 59% pela Monk Seal Alliance, num montante de 150.000.00€. O projeto possui um financiamento total de cerca de 250.000,00 €, está a decorrer desde 1 de junho de 2021 até novembro de 2024, e tem como parceiro a Fundação CBD-Habitat.
OBJETIVO
Este projeto de conservação tem como principal objetivo melhorar o estado de conservação do lobo-marinho (Monachus monachus), em todo o arquipélago da Madeira.
AÇÕES
O projeto tem a decorrer as seguintes ações:
Recolha de dados
- Mapeamento e caracterização as grutas e outros locais de interesse para o lobo-marinho nas ilhas de Porto Santo e Selvagens
- Produção de 8 sistemas de vigilância permanentes e implementação de novos sistemas em grutas de possível interesse
- Realização da manutenção contínua dos sistemas fotográficos instalados nas grutas
- Análise das imagens recolhidas e atualização dos indicadores demográficos da colónia
- Criação e colocação de novas pulseiras de localização (GPS e TDR) para os lobos-marinhos, com posterior análise dos dados
Melhoria do habitat
- Remoção de lixo marinho das grutas monitorizadas
Sensibilização
- Produção de material de sensibilização, nos quais se inclui uma plataforma de internet e aplicação móvel, para registo de avistamentos de lobos-marinhos e divulgação de informação
- Realização de eventos de sensibilização da população nas ilhas da Madeira e Porto Santo
- Produção de relatórios técnicos anuais e participação em encontros nacionais e internacionais
Mais informação no site do projeto: www.lobomarinhomadeira.com
CONTACTOS
Coordenação do Projeto:
Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-Ram
Divisão de Gestão e Valorização de Áreas Classificadas (DGVAC)
Rua João de Deus 12 F, RC C, 9050-027 Funchal.
Telefone: (351) 291 145590
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Acções preliminaries de conservação da Musschia isambertoi
Musschia isambertoi é uma planta exclusiva da Deserta Grande, e uma das plantas endémicas mais ameaçadas do arquipélago da Madeira, considerada como Criticamente Ameaçada segundo os critérios da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Esta espécie encontra-se confinada a um local pequeno e de difícil acesso no “Porto das Moças”. O acesso ao habitat natural desta espécie pelo mar só é possível com o auxílio de recursos humanos e materiais apropriados.
Recentemente o IFCN (Instituto de Florestas e Conservação da Natureza) e o Grupo de Especialistas da Flora Macaronésica da UICN, candidataram-se a um projeto de recuperação desta espécie denominado “Ações preliminares de conservação da Musschia isambertoi”. Este projeto foi financiado da UICN através da “Planta - Plantlife Conservation Society”.
O projeto em causa engloba várias ações através das quais pretendemos aumentar o efetivo populacional da espécie no seu habitat natural. Deste modo estão previstos os seguintes trabalhos:
1. Inventariar a flora e vegetação do habitat natural (Porto da Moças);
2. Melhorar a estufa existente na Doca (Deserta Grande) para multiplicar a espécie;
3. Vedar uma área de 100 m2, também da Doca, de modo a constituir um campo de plantas desta espécie, sendo mais fácil recolher sementes a usar no reforço populacional desta espécie;
4. Vedar o acesso das cabras ao habitat natural da espécie no Porto das Moças.
DIVULGAÇÃO
Noticia DN - Madeira | Apresentação do Projeto - PDF |
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PROJETO LIFE CAP II
Venha conhecer os subprogramas do programa LIFE, nos domínios do ambiente e ação climática, pelas palavras dos especialistas nesta área!
NOVA CALL LIFE 2021
Foi publicada a 13 de julho, a nova call LIFE 2021 para as diferentes tipologias de projetos.
Toda a informação está disponível no novo portal para as candidaturas: Funding & tender opportunities
NOVO WEBSITE LIFE PT
No âmbito do projeto Life Capacitação Nacional - LIFECAP/PT/000004 foi criado o novo website do Life PT.
Esta ação teve como objetivo principal fomentar uma maior e melhor comunicação e networking entre a comunidade LIFE de Portugal.
Com este novo recurso será possível transmitir informação relevante sobre o Programa LIFE, partilhar experiências e boas práticas, promover o trabalho em rede, com destaque para a Bolsa de Ideias de Projetos, que visa fomentar sinergias entre potenciais beneficiários/promotores e cofinanciadores, assegurar a comunicação e divulgar notícias e eventos relacionados com o Programa LIFE.
Consulte o site em: https://life.apambiente.pt/
Projeto LIFE14 CAP/PT/000004 – Portugal Capacity Building for better use of LIFE
O presente projeto tem como objetivo central melhorar a capacidade de participação de Portugal no Programa LIFE, motivando a apresentação de mais candidaturas e melhorando a sua qualidade.
Participam neste projeto as seguintes entidades: a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) – Beneficiário Coordenador; o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF); a Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, através do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM (SRA-IFCN,IP-RAM) e a Direção Regional do Ambiente (DRA) dos Açores – Beneficiários Associados.
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O Lobo-marinho ou Foca-monge-do-mediterrâneo, nome científico: Monachus monachus (Hermann, 1779), é um mamífero marinho que ocorre em Portugal, mais concretamente no Arquipélago da Madeira. Esta espécie da família das focas (Phocidae), é a foca mais rara do mundo.
Projetos de conservação
A conservação do lobo-marinho no Arquipélago da Madeira, teve início em 1988, através de ações desenvolvidas pelo outrora Serviço do Parque Natural da Madeira, a instituição do Governo Regional da Madeira responsável pela conservação da natureza à data. Nesta altura, estimou-se que apenas existiria 6-8 indivíduos na população de lobos-marinhos da Madeira. Este programa de conservação, motivou a proteção legal das Ilhas Desertas em 1990, que atualmente têm o estatuto de Reserva Natural das Ilhas Desertas, o principal habitat do lobo-marinho.
Até 2014, o trabalho de conservação mantido até então, levou a crer que a população de lobos-marinhos tinha crescido para os 40 indivíduos. No entanto, em 2019, a nova metodologia aplicada no projeto LIFE Madeira Lobo-Marinho (LIFE13 NAT/ES/000974 Madeira lobo-marinho), veio revelar que a colónia era composta apenas por 21 indivíduos (dados de 2018). Este projeto, culminou na apresentação de uma Estratégia para a Conservação do Lobo-marinho no Arquipélago da Madeira.
Em 2021, teve início o mais recente projeto de conservação do lobo-marinho - o projeto VECLAM - “Vigilância do estado de conservação do lobo-marinho no arquipélago da Madeira”, financiado pela Monk Seal Alliance - com duração até 2024, que pretende dar continuidade à conservação desta espécie e do seu habitat, e aumentar o conhecimento acerca da mesma.
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VISITAS AO ILHÉU DO FAROL - Ponta de S. Lourenço
No âmbito do projeto LIFE RECOVER NATURA, ao visitar a Ponta de São Lourenço poderá também conhecer o Ilhéu do Farol!
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Desde 2013 que está a decorrer o projeto Life fura-bardos (LIFE12 NAT/PT/000402) sendo coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, e desenvolvido em parceria com Sociedad Española de Ornitología e com o anterior Serviço do Parque Natural da Madeira e a anterior Direção Regional de Florestas e Conservação da Natureza que se fundiram no atual Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM.
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O Maciço Montanhoso Oriental (MMO) está integrado no sítio de importância comunitária (SIC) Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira (PTMAD0002), que engloba as áreas localizadas acima dos 1.400m de altitude e compreende toda a cordilheira montanhosa central da Ilha da Madeira.
Em Agosto de 2010, um incêndio de grandes proporções na Ilha da Madeira destruiu aproximadamente 80% do Maciço Montanhoso Oriental, afetando uma parte significativa da fauna, flora, vegetação e habitats desta região. Face à perda de populações naturais de espécies de interesse comunitário e com estatuto de conservação ameaçado, bem como à importante disseminação de espécies invasoras nas áreas queimadas, que representam uma ameaça significativa para a recuperação normal da flora e vegetação indígena e dos habitats, foi criado o projeto LIFE Maciço Montanhoso.
Os principais objetivos do projeto são:
• Atualização da cartografia dos habitats e espécies vegetais e animais alvo do projeto;
• Criação de cartografia de espécies invasoras no MMO;
• Potenciar o estabelecimento e a expansão dos habitats prioritários “Charnecas macaronésicas” (4050), Florestas endémicas de Juniperus spp. (9560)
e Florestas mediterrânicas de Taxus baccata (9580) em áreas selecionadas no MMO, através da regeneração de áreas dominados por espécies invasoras;
• Reintrodução e/ou reforço de populações das espécie vegetais e animais alvo, negativamente afetadas pelo incêndio de Agosto de 2010;
• Monitorizar e prospetar novas áreas de nidificação da freira-da-madeira (Pterodroma madeira) no MMO;
• Melhorar a conservação de espécies de moluscos terrestres exclusivos do MMO
• Desenvolver um programa de sensibilização ambiental dirigidas ao público em geral para a importância dos recursos naturais do MMO, ameaças
e conservação
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O projeto LIFE ECO COMPATÍVEL (LIFE09 INF/PT/000045) foi proposto pelo Serviço do Parque Natural da Madeira (SPNM) – Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, em parceria com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e foi co-financiado pelo programa LIFE plus Informação e Comunicação - instrumento financeiro da Comunidade Europeia para apoiar a rede ecológica Europeia – Rede Natura 2000.
Este projeto, com título "Comunicando para a sustentabilidade socioeconómica, usufruto humano e biodiversidade em Sítios da Rede Natura 2000 no arquipélago da Madeira" e com o acrónimo Eco compatível iniciou-se em outubro de 2010 e terminou em setembro de 2015.
Teve como objetivo principal promover e reforçar a compatibilidade entre o desenvolvimento das atividades socioeconómicas e culturais, como a pesca, a agricultura e o turismo de natureza, com a gestão das Reservas Naturais, áreas classificadas, habitats e espécies listadas nos anexos das diretivas que sustentam a Rede Natura 2000.
Este projeto enquadrou-se na estratégia de comunicação e informação da Comunidade Europeia, instrumento LIFE+, para a Rede Natura 2000, através da transmissão e disponibilização de informação às populações, para uma melhor implementação, gestão e conservação dos sítios classificados.
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O projeto LIFE ILHÉUS DO PORTO SANTO (LIFE09 NAT/PT/000041) foi proposto pelo Serviço do Parque Natural da Madeira – Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, em parceria com a SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) e foi co-financiado pelo Programa LIFE+ Natureza da Comissão Europeia. Este projeto foi fundamental para cessar as causas e ameaças de degradação dos habitats dos ilhéus do Porto Santo.
O projeto ocorreu predominantemente na área terrestre dos seis ilhéus do Porto Santo no Arquipélago da Madeira: Ilhéu da Cal, Ilhéu do Farol, Ilhéu de Ferro, Ilhéu da Fonte da Areia, Ilhéu das Cenouras e Ilhéu de Fora. A área terrestre total que sofreu intervenção foi aproximadamente de 232 hectares onde esteve previsto cerca de 45 ações de conservação distintas.
O número de espécies, e seus habitats, que beneficiaram com a recuperação deste Sitio da Rede Natura 2000, foi bastante alto destacando-se: 14 taxa de fauna e flora presentes nos Anexos da Rede Natura 2000 (espécies alvo do projeto), pelo menos 97 taxa endémicos da macaronésia, sendo oito endémicos da área de intervenção do projeto.
COMO VISITAR A ÁREA DO PROJETO?
OBJETIVOS
O projeto iniciou-se em setembro de 2010 e terminou em dezembro de 2015, tendo por principais objetivos a recuperação dos habitats e espécies do sítio da Rede Natura 2000 "Ilhéus do Porto Santo".
O objetivo de longo prazo deste projeto foi que os ecossistemas deste sítio da Rede Natura 2000, Ilhéus do Porto Santo, bem como a sua área marinha circundante, atingissem um estado de conservação estável, favorável e autosustentado. Esta meta foi alcançada pela criação de condições para a recuperação dos habitats e das espécies presentes neste Sítio. De referir que estas pequenas ilhas albergam um elevado número de espécies endémicas, algumas delas não contempladas nos anexos da Diretiva Habitats e da Diretiva Aves da União Europeia.
Os objetivos específicos :
-
erradicação/controlo das populações de herbívoros roedores introduzidos;
-
redução significativa das populações de murganhos e de ratos;
-
controlo e estabilização das populações de gaivotas nos ilhéus;
-
redução significativa das populações de plantas invasoras;
-
melhoria das condições de acesso e de organização das visitas aos ilhéus;
-
implementação de 14 programas de conservação das espécies com maior valor de conservação;
-
promoção de um forte apoio público à conservação deste Sítio da Rede Natura 2000 e,
-
criação das Comissões Consultiva e Científica do projeto.
A longo prazo, o projeto pretendeu ainda criar um grupo de acompanhamento para a gestão deste espaço.
ÁREA DE INTERVENÇÃO
As ações previstas para o projeto LIFE Ilhéus do Porto Santo decorreram maioritariamente, tal como o nome do projeto deixa transparecer, ao longo dos mesmos. No entanto, uma série de ações foram igualmente preconizadas para terem lugar na área marinha envolvente, existindo também ações que decorreram na Ilha do Porto Santo e Ilha da Madeira. Assim sendo, abaixo se apresenta o mapa da área total do projeto.
Seguidamente passa-se a descrever com maior pormenor cada um dos ilhéus e a biodiversidade neles existente:
Ilhéu de Cima |
O Ilhéu de Cima ou do Farol encontra-se separado da Ilha do Porto Santo pelo Boqueirão de Cima, com uma largura de 450 metros e com o fundo cheio de baixios, permitindo somente a navegação a pequenas embarcações num estreito canal de 4,5 metros de profundidade.
Tem uma área de 32 hectares, apresentando 1200 metros de comprimento e 500 metros de largura. O topo do Ilhéu fica a 121 metros, na base do farol que foi erguido em 1900. É formado por várias camadas de basaltos prismáticos, escórias e cinzas, as quais são o prolongamento das camadas da Ilha, e é o único Ilhéu moderadamente acessível.
Este Ilhéu é parte constituinte de uma IBA (Zona Importante para Aves), sendo conhecida a nidificação de 4 espécies de aves marinhas: Cagarra, Alma-negra, Roque-de-castro e Pintainho. Das aves terrestres nidificantes, é de salientar a presença de Corre-caminhos, do Canário da terra e do Pardal da terra. Outras espécies nidificantes são o Garajau comum, a Gaivota de patas amarelas (cerca de 400 casais) e possivelmente o Garajau rosado.
Ao nível dos gastrópodes terrestres, regista-se a presença de um molusco exclusivo deste ilhéu, Discula turricula, com uma área de distribuição inferior a 50 m2.
O Ilhéu de Cima é igualmente rico a nível da flora, com a presença de 61 taxa, dos quais 15 são endémicos da Macaronésia, e 4 invasoras introduzidas: Agave americana, Coronopus dydimus, Lycopersicon esculentum e Nicotiana glauca. Esta última é uma invasora agressiva que apresenta mecanismos de alelopatia, impedindo o estabelecimento de quaisquer outras espécies na sua área de implantação.
Ilhéu da Cal ou de Baixo |
O Ilhéu de Baixo, ou da Cal, encontra-se separado da Ilha do Porto Santo pelo Boqueirão de Baixo, o qual apresenta 400 metros de largura, sendo navegável somente por pequenas embarcações num pequeno troço. O Ilhéu apresenta 2700 metros de comprimento e 1000 metros de largura, e uma área total de 139 hectares.
Este Ilhéu desempenhou um papel económico importante, dado que foi neste que se realizou uma das poucas explorações mineiras no Arquipélago da Madeira, a da cal. Devido a essa exploração, as suas encostas encontram-se perfuradas por extensas galerias, existindo ainda no topo antigas construções que serviam de abrigo aos trabalhadores da indústria da cal.
Este Ilhéu é parte constituinte de uma IBA (Zona Importante para Aves), sendo conhecida a nidificação de 4 espécies de aves marinhas: Cagarra, Alma-negra, Roque-de-castro e Pintainho. Das aves terrestres nidificantes, é de salientar a presença de Corre-caminhos, do Canário da terra e do Pardal da terra. Outras espécies nidificantes são o Garajau comum, a Gaivota de patas amarelas (cerca de 1000 casais) e possivelmente o Garajau rosado.
Neste Ilhéu podem igualmente ser encontradas duas espécies de aranhas endémicas do Porto Santo, Hogna biscoitoi e Hogna schmitzi, além de três espécies de moluscos terrestres endémicos dos Ilhéus do Porto Santo, Leiostyla relevata, Caseolus commixtus e Leptaxis nivosa calensis. Ocorre ainda, junto ao estrato herbáceo e rochas vulcânicas na zona sul do Ilhéu, numa área restrita de aproximadamente 50m2, a única espécie representante do género endémico Idiomela, Helix subplicata (Idiomela subplicata), exclusiva do Ilhéu de Baixo.
No que diz respeito à flora, estão presentes 55 taxa, sendo o Ilhéu da Cal aquele que apresenta maior número de espécies endémicas da Macaronésia, com um total de 21, ocorrendo uma espécie endémica do Porto Santo, Lotus loweanus e ainda quatro espécies introduzidas, entre as quais a invasora Agave americana. Este Ilhéu é ainda aquele que alberga a maior quantidade de briófitos, com um total de sete espécies.
Ilhéu de Ferro |
O Ilhéu de Ferro apresenta-se sob a silhueta de um triângulo inteiramente rochoso, de arriba alta, terminada por um planalto onde ocorre a sua maior altitude a 115 metros, tendo uma área de 25,8 hectares.
Encontra-se a Oeste da Ilha do Porto Santo, em frente à Ponta da Canaveira, sendo o acesso a terra efetuado apenas quando o mar está em boas condições, por uma enseada a Sudeste, a partir de onde existe uma escadaria até ao farol localizado no ponto mais alto. No seu lado Este localiza-se a Ponta da Chaminé, onde se pode observar um fenómeno natural em que uma furna com respiradouro pulveriza a água do mar quando há forte ondulação, assemelhando-se ao fumo branco de uma chaminé. O “Furna que berra” é outro local interessante deste Ilhéu, no lado Norte, devendo o seu nome aos sons produzidos pela rebentação das ondas do mar.
Constitui, juntamente com os Ilhéus de Baixo e de Cima, uma Zona Importante para as Aves (IBA), sendo conhecida a nidificação de 4 espécies de aves marinhas: Cagarra, Alma-negra, Roque-de-castro e Pintainho. Das aves terrestres nidificantes, é de salientar a presença de Corre-caminhos, do Canário da terra e do Pardal da terra. Outras espécies nidificantes são o Garajau comum, a Gaivota de patas amarelas (cerca de 200 casais) e possivelmente o Garajau rosado.
Apresenta uma fauna bastante rica, com a presença de diversos endemismos, como é o caso das aranhas endémicas do Porto Santo Hogna biscoitoi e Hogna schmitzi, e de uma espécie de molusco terrestre exclusiva deste Ilhéu, Discula calcigena máxima.
Relativamente à flora, estão presentes neste Ilhéu 32 taxa, dos quais 8 endémicas da Macaronésia.
Ilhéu das Cenouras |
O Ilhéu das Cenouras fica situado a Nordeste da Ilha do Porto Santo, de onde dista cerca de 500 metros da Ponta Branca. Apresenta uma área de 4,8 hectares, com uma orografia acidentada e uma altitude máxima de 109 metros. O acesso a este Ilhéu depende do estado do mar, que quando se apresenta calmo permite o desembarque numas rochas na parte Sul.
Este ilhéu apresenta, na sua flora, um total de 25 taxa, com 8 espécies da Macaronésia, destacando-se a ocorrência de Lotus loweanus, espécie endémica do Porto Santo e a presença da invasora Lycopersicum esculentum.
Ilhéu de Fora |
O Ilhéu de Fora situa-se a Nordeste da Ilha do Porto Santo, sendo o que fica mais afastado desta. Tem uma área de 5 hectares e uma altitude máxima de 100 metros.
Apesar da sua reduzida área, apresenta duas diversos endemismos, com destaque, ao nível da fauna, para duas espécies endémicas de moluscos terrestres exclusivas dos Ilhéus Discula calcigena gomesiana e Leptaxis wollastoni forensis e, ao nível da flora, para a ocorrência de um total de 13 taxa, 5 deles endémicos da Macaronésia.
Ilhéu da Fonte da Areia |
O Ilhéu da Fonte da Areia situa-se em frente ao Sítio da Fonte com o mesmo nome, estando separado por um canal de mar com 1700 metros de largura. O seu comprimento máximo é de 250 metros, com uma largura de 150 metros. Tem uma área total de 3,1 hectares e uma altitude máxima de 79 metros.
Apresenta interessantes particularidades do ponto de vista geológico, como é exemplo a profusão de rochas com solidificação prismática hexagonal nas suas falésias quase verticais. O desembarque faz-se pelo litoral Este, quando em situações de mar calmo.
Sendo o Ilhéu mais pequeno, é igualmente aquele que possui uma menor diversidade florística, com apenas 7 taxa. Ainda assim, apresenta 4 espécies endémicas da Macaronésia, apresentando igualmente, a nível da fauna, uma espécie de molusco terrestre endémico dos IPS, no caso Discula calcigena barbozae.
AMEAÇAS
Degradação dos habitats dos IPS causado por vertebrados introduzidos
Os coelhos e os murganhos foram introduzidos aquando da chegada do homem à Ilha do Porto Santo. Além dos efeitos diretos que têm sobre as espécies indígenas e endémicas, contribuem para a diminuição progressiva da qualidade dos habitats disponíveis. A principal ação direta dos coelhos faz-se sentir sob a vegetação nativa levando ao seu desaparecimento e/ou degradação. Os murganhos contribuem de forma decisiva para degradação dos habitats através da destruição das sementes, limitando ainda mais a regeneração das espécies afetadas pelos coelhos.
Efeito direto dos murganhos e coelhos sobre as aves nidificantes, as populações de moluscos terrestres e sobre a capacidade de recuperação e regeneração de espécies de flora endémica da Macaronésia presente nos IPS.
A presença e a abundância de murganhos nos IPS constituem uma ameaça para as aves marinhas e terrestres nidificantes. Estes animais podem aumentar a taxa de insucesso reprodutor através da destruição de ovos temporariamente abandonados e da predação de juvenis nos seus primeiros dias de vida. Existem também evidências de predação nas conchas de espécies exclusivas deste habitat. O impacto negativo dos murganhos estende-se a todas as espécies de flora endémica e indígena anteriormente referenciadas, através da predação de sementes e destruição de novos rebentos.
Os coelhos têm também impactos diretos sobre as espécies de flora endémica e indígenas anteriormente referenciadas, levando à sua extinção ou diminuição drástica da sua área de ocorrência que normalmente fica restrita a áreas inacessíveis.
Por outro lado provocam elevados níveis de perturbação sobre as aves marinhas nidificantes, atrás referenciadas, levando ao abandono de ninhos e à destruição de ovos, diminuindo o sucesso reprodutor destas espécies.
Degradação dos habitats dos IPS causados por espécies de plantas introduzidas de carácter invasor
A existência de espécies vegetais alóctones com carácter invasivo, nomeadamente Nicotiana glauca, Coronopus dydimus, Lycopersicon esculentum e Agave americana, nos IPS, ocupando espaços que outrora pertenceram às espécies endémicas, constitui uma ameaça à recuperação e perenidade dos habitats naturais afetando de forma significativa o funcionamento e equilíbrio dos ecossistemas presentes.
As quatro espécies referidas têm ocupado progressivamente o espaço levando à destruição do equilíbrio existente e ao desaparecimento de muitas espécies indígenas e endémicas, ameaçando directamente as espécies listadas na Directiva Habitats (Monizia edulis, Phagnalon benettii (Phagnalon Lowei), Chamaemeles coriácea e Sideroxylon marmulano*).
Fragmentação de populações de moluscos e aranhas endémicos dos IPS em subpopulações muito pequenas e relegadas a habitats marginais.
Em consequência da sucessiva redução da área disponível de habitat potencial, algumas espécies de moluscos terrestres endémicos exclusivos dos IPS constituem, nos nossos dias, espécies cuja população mundial ocorre numa só localização e com uma área muito restrita. Tem-se assistido a um deslocamento das espécies para as zonas de arriba, o que parece denotar um comportamento de fuga da área original. Este facto está ligado à presença de pessoas nos ilhéus, para atividades recreativas desregradas, atividades de reparação/manutenção e instalação de equipamentos e estruturas já existentes (faróis, casas de apoio) que parecem ter afetado as espécies em apreço.
Degradação das potenciais áreas de nidificação do Garajau rosado, Sterna dougalli, pela presença de coelhos e murganhos e atividades humanas não controladas.
O Garajau rosado, Sterna dougalli é uma espécie extremamente sensível às alterações do seu habitat, em especial à perturbação humana, pelo que as atuais condições das áreas de nidificação nos IPS tornam esta espécie extremamente vulnerável.
Esta espécie nidifica em locais normalmente protegidos por rochas ou vegetação, colocando os ovos diretamente no chão. Este facto torna a espécie extremamente vulnerável à ação dos predadores, como os murganhos. Estas aves são muito vulneráveis à presença humana, principalmente durante os períodos de postura e incubação, pelo que as atividades humanas não controladas, que atualmente se verificam nos IPS, podem levar à deserção dos adultos, com o consequente abandono dos ovos ou das crias.
Conhecimento insuficiente sobre o estado de conservação das populações de algumas espécies endémicas de plantas, moluscos e aves marinhas indígenas e/ou exclusivas dos IPS.
A falta de conhecimentos no que respeita à dinâmica das populações, evolução e existências, condiciona a assumção de medidas concretas e dirigidas à sua conservação por um lado e à sua expansão populacional, por outro. É fundamental que se identifiquem as áreas onde as espécies se desenvolvem e progridem, o estado de conservação e estatuto de ocorrência. Também, a rápida evolução de espécies exóticas com carácter invasivo e a colonização de novas áreas, anteriormente ocupadas pelas espécies alvo do projeto, alterou substancialmente o mosaico de localização e dispersão das espécies a proteger. A quantificação das populações e a qualificação do seu estado de conservação são, pois, premissas fundamentais para a escolha de procedimentos e tomada de decisões com vista à conservação destas espécies.
Conhecimento insuficiente sobre a posição taxonómica de algumas espécies de moluscos terrestres.
Através do estudo dos fósseis do Porto Santo pode observar-se que, ao longo dos tempos ocorreram alterações no que diz respeito à distribuição e diversidade das espécies. O estatuto taxonómico das populações de moluscos terrestres dos Ilhéus do Porto Santo tem sido alvo de revisões, não sendo ainda totalmente claras as relações entre elas. A possibilidade de algumas das populações de moluscos terrestres pertencerem a espécies distintas, aumentaria de forma dramática a importância das mesmas e possivelmente, o seu estatuto de ameaça. A falta de conhecimentos concretos relativamente a este tema constitui uma ameaça na medida em que, existe uma subvalorização da importância das espécies, o que poderá traduzir-se numa subutilização de todas as ferramentas que eventualmente podem ser colocadas ao dispor das entidades com responsabilidade na gestão e proteção da espécie.
Desconhecimento das áreas marinhas importantes para as aves na envolvente do Porto Santo.
As aves marinhas que pontificam nos IPS, apenas visitam as suas colónias durante a época de nidificação. Na atualidade, pouco se sabe sobre as áreas marinhas envolventes e das possíveis ameaças presentes que poderão provocar alterações significativas na população global destas espécies. A falta de conhecimentos no que respeita aos impactes não quantificados, tais como a contaminação ou a ação pesqueira, é grave. A contaminação marinha causada por poluentes químicos ou por detritos flutuantes tem consequências diretas nas populações de aves, como por exemplo a diminuição da sobrevivência ao longo prazo ou a morte por afogamento causada pela ingestão de plásticos ou redes de pesca enrolados à volta do corpo.
A elevada dependência de Calonectris diomedea borealis, Bulweria bulwerii, Oceanodroma castro, Puffinus assimilis baroli e Sterna dougalli, entre outros ao meio marinho justifica a necessidade de identificar estas áreas. O atual estado de conhecimento não permite a tomada de medidas, que levem a uma adequada proteção e gestão da espécie quando está no mar.
Falta de conhecimento relativamente às espécies e habitats marinhos na envolvente dos IPS
A identificação e a descrição das espécies e habitats existentes no meio marinho envolvente aos ilhéus, permitirá, nomeadamente, aferir do potencial e capacidade futuras que os mesmos possuirão para a sustentabilidade não só das espécies alvo do projeto (aves marinhas), mas também, conhecer o seu estado de conservação, permitindo assim a elaboração de propostas de medidas concretas a tomar, face à manutenção e incremento da sua biodiversidade (como sejam o alargamento da área de Rede Natura 2000 ao espaço marinho).
O conhecimento relativo destes habitats e espécies, do seu estado de conservação e evolução futura, permitir-nos-á a tomada de decisões com vista à preservação (pela conservação do alimento, qualidade das águas e exploração económica de forma sustentável) das espécies alvo do projeto (particularmente as aves marinhas).
Desorientação das aves marinhas nidificantes pela excessiva iluminação nas zonas urbanas.
Um dos efeitos negativos do constante crescimento da cidade do Porto Santo, relacionado com o desenvolvimento que tem registado nos últimos anos, é a poluição luminosa, definida como a causada pelo excesso de luz artificial ou pelo seu uso inadequado (luz para cima, paralela ao solo ou para além da área útil), que excede o uso racional e atinge áreas que ultrapassam o limite da necessidade (luz intrusa).
As aves marinhas quando voam sobre áreas intensamente iluminadas é frequente desorientarem-se. Além disso, muitos indivíduos são atraídos por edifícios intensamente iluminados, morrendo ao voarem de encontro a eles, ou caindo de exaustão após voarem em círculos ao seu redor.
Impacto humano direto (caça e captura) sobre espécies de aves marinhas pelágicas nos seus locais de nidificação e no mar.
O abate a partir de embarcações de pesca recorrendo a armas de fogo, foi descrito para algumas espécies, num passado recente (1998), confirmada nas Ilhas Selvagens e Porto Santo, relativamente às cagarras. Os outros impactos humanos diretos (desordenamento e desorganização nas visitas que potenciam a degradação das áreas de nidificação, bem como a captura nos ninhos) estão atenuados pelo enquadramento legal das áreas de nidificação e pela existência de vigilância. Contudo, o problema ainda persiste pelo facto de existir uma herança cultural associada a este tipo de ação. Por outro lado, existe atualmente no Porto Santo, uma profusão de embarcações de recreio marítimo, e a não existir um adequado seguimento e enquadramento dos utilizadores poderemos estar perante um novo incremento desta ameaça.
Impacto humano direto sobre espécies de moluscos endémicos exclusivos (e.g., Idiomela subplicata e Discula turricula) e vegetação (Monizia edulis, Phagnalon benettii (Phagnalon Lowei), Chamaemeles coriácea e Sideroxylon marmulano*) causado pelo pisoteio e uso não controlado de forma ajustada dos IPS.
O desconhecimento existente dos valores naturais que os IPS comportam, associado à crescente e já alarmante procura destes espaços para recreio e lazer levam a que o impacto humano direto constitua uma ameaça para a preservação das espécies de moluscos terrestres e vegetação autóctone.
No caso particular dos Ilhéus da Cal, do Farol e do Ilhéu de Ferro, são evidentes os sinais da migração das populações de moluscos a partir dos planaltos centrais em direção às arribas. Exemplo disso é a espécie Discula turricula. Os dados mais recentes parecem indicar a diminuição da área de distribuição desta espécie no Ilhéu de Cima, encontrando-se atualmente circunscrita a uma área inferior a 50m2, e procurando refúgio em zonas de arriba como forma de proteção contra as ações antrópicas, nomeadamente a degradação do habitat por ações diretas como o pisoteio. É também comum a existência de conchas esmagadas nos múltiplos percursos aleatórios que os visitantes utilizam. Paralelamente, ao circular por todo o espaço, os visitantes vão destruindo, muitas vezes de forma permanente a vegetação existente.
Falta de consciência ecológica generalizada sobre a importância da conservação de espécies únicas e seus habitats nos IPS.
O público no geral, quer seja potencial utilizador ou não da área, tem pouco conhecimento e sensibilidade sobre esta temática, em especial sobre as relações que existem entre espécies introduzidas, espécie indígenas e a atividade humana. Apesar de existir alguma noção da importância destes assuntos, falta uma perceção da globalidade dos mesmos e da interação entre todos estes parâmetros.
O impacto sobre os habitats e espécies é indireto, através da falta de apoio e colaboração para com as medidas que visem a preservação de importantes componentes do património natural do Arquipélago da Madeira, bem como a preservação de ecossistemas e espécies protegidos.
Predação de espécies de aves marinhas, moluscos terrestres e nitrificação dos solos pela presença em número excessivo de Gaivotas de patas amarelas.
As gaivotas têm sido largamente identificadas como predadoras de aves marinhas, nomeadamente de pequenos procelariiformes, em várias partes do mundo. Estas aves têm ainda uma ação de predação significativa sobre as populações de moluscos. Além desta ação direta sobre as aves marinhas e moluscos terrestres, as gaivotas causam ainda impactos negativos sobre o equilíbrio dos ecossistemas onde estão presentes em largo número, nomeadamente através da acidificação do solo, destruição da vegetação e introdução de espécies exóticas. Observações recentes indicam claramente que nos IPS existem indivíduos especialistas na predação de outras aves marinhas. Esta situação é agravada pelo facto de existirem muitos ninhos de gaivota, nas zonas de intervenção do projeto, nomeadamente, no Ilhéu da Cal (1000 pares), Ilhéu do Farol (400 pares) e Ilhéu de Ferro (200 pares). Para os restantes ilhéus, embora existam, não estão contabilizados. Também, da dieta das gaivotas fazem parte algumas espécies de fauna malacológica terrestre, sobretudo as de maiores dimensões, o que já foi observado no Ilhéu de Cima. Paralelamente, a acidificação do solo, é pouco compatível com a presença destes moluscos, dado que as áreas de solo com pH ácido apresentam normalmente pouca diversidade malacológica.
PRINCIPAIS AÇÕES
O projeto preconizou diversas ações, quase todas de carácter transversal, que tiveram impactos significativos nos ecossistemas e espécies existentes nos ilhéus do Porto Santo. Existiram ainda ações dirigidas diretamente aos grupos de espécies indígenas e endémicas com elevado valor de conservação (aves marinhas, moluscos terrestres e flora).
As ações do projeto estão divididas em quatro grandes grupos:
Ações preparatórias, elaboração de planos de gestão ou planos de ação
Foram previstas cerca de 15 ações, das quais se destacam as ações de monitorização e seguimento das populações das diferentes espécies, a elaboração de planos de ação para as mesmas, entre outros planos:
Ações de conservação
Incluíram-se as ações de controlo e erradicação das espécies de fauna e flora invasora, a expansão da fauna e da flora indígena e endémica dos ilhéus:
Monitorização de aves marinhas nos Ilhéus do Porto santo no final do projeto
Monitorização dos abrigos para caracóis e dos dataloggers para recolha de dados meteorológicos.
Monitorização de ninhos de cagarras nos Ilhéus do Porto Santo em outubro de 2014. Ação A5
Continuação dos trabalhos de contagem de ninhos para seguimento do sucesso reprodutor da cagarra (Calonectris diomedea borealis) no Ilhéu de Ferro em junho de 2014. Ação C5
Controlo de seguimento da planta invasora Nicotiana glauca no Ilhéu de Ferro em junho de 2014. Ação C4
Contagem e marcação de ninhos para a avaliação do sucesso reprodutor de aves marinhas nos Ilhéus de Cima, da Cal e de Ferro. Ação C5
Trabalhos de monitorização das populações de moluscos terrestres. Ação C11
Agregação de moluscos terrestres da espécie endémica do ilhéu do Farol, Hystricella turricula.
Manutenção da estação meteorológica no ilhéu de Ferro para a obtenção de dados da Ação C8, e um ´bónus’ aquando dos trabalhos nesse ilhéu com um encontro com uma tarântula (Hogna schmitzi).
Trabalhos de monitorização da cobertura vegetal no ilhéu do Farol e dos sacos de rede para recolha de sementes de espécies alvo do projecto no ilhéu da Cal (caso do Marmulano). Ação C5
Início dos trabalhos de campo das Ações A7 e C6 em 2014 (no mês de abril), com a monitorização da vegetação nos ilhéus de Cima de da Cal, e com o censo e controlo das populações de gaivotas nos ilhéus de Ferro, de Cima e da Cal, respetivamente.
Erva-cabreira 3 meses após ter sido plantada (ilhéu de Cima). Ação C5
Figueira-do-inferno 3 meses após ter sido plantada (ilhéu de Cima). Ação C5
Falésia do ilhéu da Cal com elevada cobertura vegetal. Ação C5
Agregação de moluscos terrestres num dos abrigos instalados no ilhéu da Cal. Ação C11
Plantação de erva-cabreira nas encostas do ilhéu de Cima. Ação C5
Plantação de Figueiras-do-inferno no ilhéu de Cima. Ação C5
Figueiras-do-inferno no ilhéu de Cima ou do Farol em novembro de 2013
Colocação de abrigos em telha para moluscos no ilhéu de cima. Ação C11
Abrigos para moluscos terrestres no ilhéu de Ferro / Colocação de abrigos para moluscos terrestres Ilhéu de Ferro
Construção de abrigos em madeira no ilhéu de Ferro / Distribuição de abrigos em telhas no Ilhéu de Ferro
Georeferenciação de ninhos de aves marinhas / Observação de aves marinhas
Observação de aves marinhas desde o Ilhéu de Ferro
Controlo de espécies invasoras. Trabalhos nas escarpas do ilhéu da Cal.
Equipas de trabalho no ilhéu da Cal. Controlo de espécies invasoras nas grutas do ilhéu da Cal.
Trabalhos no topo e escarpas do ilhéu da Cal.
Ação C4 - Controlo e erradicação de plantas invasoras (Agave americana). 2012
Ação C6 – controlo da população de gaivotas (inviabilização de ovos)
Ação A13 – prospeção de garajau-rosado
A 15 – monitorização da população de pintaínho
Ação A4 – Monitorização de plantas invasoras no ilhéu da Cal
Ação A8 – monitorização de artrópodes: colocação de armadilhas pitfall. Agosto e Setembro de 2011
Ação C4 – Controlo e erradicação de plantas invasoras (Agave americana). Junho/Julho 2011.
Ação C4 – Controlo e erradicação de plantas invasoras (Agave americana), no ilhéu de Cima. Junho/Julho 2011.
Ação A15 - Identificação das áreas importantes para as aves marinhas pelágicas. Colocação de GPS-loggers em cagarra. Junho/Julho 2011.
Ação A13 - Identificação de zonas importantes em terra para o Garajau Rosado e prospecção de áreas potenciais para a nidificação. Junho/Julho de 2011.
Ação C4 – Controlo de plantas invasoras por meios mecânicos. Glauciana ou Tabaqueira azul (Nicotiana glauca), Maio de 2011
Ação C4 – Controlo de plantas invasoras por meios mecânicos. Arranque da Piteira (Agave americana), Maio 2011.
Ação C7 – Programa de recolha de aves marinhas. Salvamento de ave encadeada, Abril 2011
Ação A15 - Identificação das áreas importantes para as aves marinhas pelágicas e para o Garajau Rosado na área marinha envolvente ao Porto Santo. Recolha de sangue e penas de pintainho.
Ação A15 - Identificação das áreas importantes para as aves marinhas pelágicas e para o Garajau Rosado na área marinha envolvente ao Porto Santo. Análise de dieta e anilhagem de pintainho. Maio de 2011.
Ação A15 - Identificação das áreas importantes para as aves marinhas pelágicas e para o Garajau Rosado na área marinha envolvente ao Porto Santo. Crias de pintainho. Maio de 2011.
Ação A13 - Identificação de zonas importantes em terra para o Garajau Rosado e prospecção de áreas potenciais para a nidificação. Abril/Maio de 2011.
Ação A15 - Identificação das áreas importantes para as aves marinhas pelágicas e para o Garajau Rosado na área marinha envolvente ao Porto Santo. Censos marinhos.
Ação A15 - Identificação das áreas importantes para as aves marinhas pelágicas e para o Garajau Rosado na área marinha envolvente ao Porto Santo. Colocação de dataloggers em aves marinhas. Maio de 2011.
Ação A8 – Monitorização de artrópodes. Tarântula no ilhéu de Ferro, Abril de 2011.
Ação A3 – Monitorização da população de murganho. Estudo das densidades de população nos ilhéus do Porto Santo. Ilhéu da Cal, Março 2011.
Ação A6 – Monitorização das espécies ameaçadas de moluscos terrestres. Ilhéu de Ferro, Março 2011.
Ação A7 – Monitorização da vegetação dos ilhéus do Porto Santo. Estabelecimentos de quadrados de vegetação no ilhéu de Cima ou do Farol. Março e Abril de 2011.
Ação C6 – Monitorização da população nidificante de Gaivota-de-patas-amarelas. Ilhéu de Cima, Março e Abril de 2011.
Ação C4 – Erradicação de plantas invasoras por meios mecânicos. Novembro 2010.
Ação A2 - Monitorização da população de coelho (latrinas e plantas comidas). Outubro 2010.
Ação A2 – Colocação de armadilhas para captura dos animais vivos. Novembro 2010.
Ações A7 e C5 – monitorização da vegetação endémica e recolha de sementes. Novembro 2010.
Ação A8 – Monitorização de artrópodes. Outubro 2010.
Ação C8 – Colocação de estações meteorológicas e dataloggers transversais a todas as ações do projeto.
Ações de divulgação do projeto e dos seus resultados
Envolveram a criação de um sitio na internet, a produção de material de divulgação, a criação de um centro de interpretação ambiental, o acompanhamento e promoção de visitas aos locais de intervenção do projeto, bem como o estabelecimento de um percurso pedestre interpretativo no Ilhéu do Cima ou do Farol, organização de um workshop para apresentação do projeto e um workshop final para apresentar resultados, palestras, exposições temáticas, zona de construção e de usufruto de lazer, entre muitas outras:
Filmagens sobre o projeto LIFE Ilhéus do Porto Santo para o programa SOS Animal da SIC (transmissão em 2016)
Artigo divulgativo na Revista MAIS sobre visita ao Ilhéu de Cima em maio 2015
Nova agenda divulgativa do projeto com o ano 2015
Mais uma visita educacional ao ilhéu de Cima em setembro de 2014.
No 1.º semestre de 2014 foram publicados três artigos de botânica no âmbito do projeto Life Ilhéus do Porto Santo. Dois são técnico-científicos, em que um descreve uma lista atualizada das espécies desses ilhéus e o outro descreve uma nova subespécie para a ciência, endémica do Ilhéu de Cima. O terceiro é um artigo de divulgação dos trabalhos de conservação desenvolvidos ao longo do projeto.
Visita ao Centro dos Ilhéus do Porto Santo (no Clube Naval do Porto Santo) e ao ilhéu do Farol, pelos alunos finalistas da Escola Básica do 1º Ciclo com Pré-Escolar do Porto Santo, em junho de 2014.
Mais uma visita ao Centro dos Ilhéus do Porto Santo (no Clube Naval do Porto Santo) e ao ilhéu do Farol, desta vez pela Escola B23 dos Louros, em junho de 2014.
Visita do grupo Amigos da Natureza ao ilhéu do Farol em abril de 2014.
Exposição permanente do projeto instalada no Clube Naval do Porto Santo em fevereiro de 2014.
Placa informativa de boas vindas ao ilhéu de Cima ou do Farol
Placa informativa de boas vindas ao ilhéu de Cima ou do Farol. A placa anterior colocada junto ao cais de desembarque foi destruída pelo mar no principio de 2013.
Visita da Escola Básica do 1ºciclo com PE do Campo de Baixo ao ilhéu de Cima. Junho 2012.
Ação D5 – visita às áreas de intervenção do projeto (ilhéu de Cima)
Acção D4 – Apetrechamento e sinalização de percursos pedestres interpretativos. Painel da flora no ilhéu de Cima. Junho/Julho 2011.
Acção D5 – Visitas aos ilhéus do Porto Santo (ilhéu de Cima). Agosto 2011.
Acção C10 – Construção dos trilhos e percursos interpretativos. Ilhéu de Cima, Maio de 2011.
Acção D7 – Workshop de lançamento do projeto. Porto Santo, Maio 2011.
Acção D7 – Workshop do projeto. Visita aos trabalhos no Ilhéu de Cima, Maio 2011.
Acção C10 – Definição e criação de trilhos e áreas de visitação. Ilhéu de Cima, Março/Abril de 2011.
Acção D5 – Visitas aos Ilhéus do Porto Santo, sítio da Rede Natura 2000. Visita de autoridades militares, Março de 2011.
Acção D6 – Apresentação do projeto final aos parceiros e stakeholders na Ilha do Porto Santo. Outubro de 2010.
Acção D5 – Visita do Secretário da tutela e dos consultores internacionais ao Ilhéu de Ferro.
Acção C10 – Marcação dos percursos pedestres interpretativos. Novembro 2010.
Acção D3 – Estudo para a criação do microcentro de educação e interpretação ambiental.
Acção D5 – Visitas ao Ilhéu de Cima ou do Farol. Setembro/Outubro/Novembro de 2010
Ações de operacionalização e de gestão do projeto
Incluiu o acompanhamento técnico e científico, a coordenação com outros projetos LIFE, entre outras.
Visita da Comissão de acompanhamento do projeto, com o Dr. João Salgado, em maio de 2015
Em setembro de 2014 decorreu na Câmara Municipal do Porto Santo uma reunião com elementos da Câmara, da SPEA, e do SPNM, para definir estratégias com vista à redução da poluição luminosa nesse concelho.
Reunião de acompanhamento do projeto com o Dr. João Salgado (perito da Agência de Acompanhamento e Fiscalização do projeto), que decorreu no Clube Naval do Porto Santo em fevereiro de 2014.
Finalização da montagem da zona de lazer no ilhéu do Farol. Fevereiro de 2014
Criação e montagem da zona de lazer no ilhéu do Farol. Novembro de 2013
Transporte de matérias na embarcação do projeto. Novembro de 2013
Transporte de plantas no ilhéu de Cima para local de plantação definitiva. Ação A5.
Descarregamento de dados dos dataloggers climáticos / Substituicao de baterias dos dataloggers
Recolha de amostras de solo Ilhéu de Ferro
Helicóptero da força área portuguesa em apoio ao projeto, no ilhéu da Cal.
Descarga de material e equipamento no topo do ilhéu da Cal.
Técnicos e vigilantes da natureza a bordo da embarcação garajau rosado. Descarga de material no ilhéu da Cal.
Transporte de material e equipamento nas escarpas e topo do ilhéu da Cal.
Criação de condições de segurança nas escarpas do ilhéu da Cal.
Visita de perito da ASTRALE aos trabalhos de campo do projeto Life Ilhéus do Porto Santo. Maio 2012.
Ação A1 - Recuperação de casas no ilhéu da Cal para apoio logístico ao projeto
Trabalhos noturnos no ilhéu de Cima
Visita de perito da ASTRALE aos trabalhos de campo do projeto Life Ilhéus do Porto Santo. Junho 2011.
Ações transversais a todo o projeto. Datalogger meteorológico no ilhéu de Cima. Maio 2011.
Ação A1 – Melhoramento das condições de segurança no transporte aos ilhéus. Embarcação de apoio ao projeto.
Ação A1 – Melhoramento de condições de trabalho e segurança nos locais de intervenção.
Ação C3 – Regime de quarentena. Utilização de recipientes estanques para transporte de materiais e alimentação, prevenindo a reintrodução de murganhos.
Ações transversais a todo o projeto. Recolha de dados meteorológicos. Ilhéu de Cima, Abril 2011.
Ação A1 – chegada das equipas do projeto ao Ilhéu do Farol para um primeiro planeamento dos trabalhos de campo. Avaliação das locais para a colocação dos sistemas de segurança. Observação dos mapas e cartas. Calibração dos instrumentos de georeferenciação. Outubro de 2010.
Ação C3 – Aquisição de contentores estanques que transportarão material e alimentos para as equipas de trabalho, no âmbito do regime de quarentena preconizado, evitando a reintrodução de plantas e animais com carácter invasor.
ESPÉCIES-ALVO
AVES MARINHAS
(Os estatutos de conservação apresentados baseiam-se na Lista vermelha dos Vertebrados de Portugal (2005) e Birdlife International Species Factsheets 2009).
Nome da Espécie: Sterna dougalli - Garajau-Rosado
Anexos: I da Directiva Aves, espécie prioritária (código A192)
Tamanho da população: <100 pares reprodutores, correspondentes às populações dos IPS
Estatuto de conservação: Em Perigo (Localmente), Em Perigo (Globalmente)
A área do projeto é utilizada para reprodução. Sterna dougallii é uma gaivina presente em Portugal durante a época de reprodução, ocorrendo em número reduzido durante o Inverno nos Arquipélagos da Madeira e dos Açores. A presença desta espécie nas águas continentais é bastante rara. Os indivíduos reprodutores migram para a costa atlântica africana desde a Mauritânia ao Golfo da Guiné. Os juvenis tendem a dispersar pelo mar em torno das colónias quando deixam o ninho. Nidifica em ilhéus ou zonas costeiras isoladas nos arquipélagos da Madeira e dos Açores em concentrações de dimensões variáveis, podendo no entanto nidificar em zonas interiores noutros locais do continente europeu. A época de cria ocorre de Abril a Julho. Ocorre por vezes em colónias mistas com S. hirundo. A espécie mostra movimentos de diferente amplitude ao longo dos anos entre as diversas colónias conhecidas. É fundamental a proteção de todas as colónias históricas. Alimenta-se essencialmente de peixe dependendo quer de zonas costeiras quer de zonas pelágicas.
Durante a época de reprodução é extremamente sensível à perturbação abandonando a área de nidificação muito facilmente.
Nome da Espécie: Calonectris diomedea borealis - Cagarra
Anexos: I da Directiva Aves (código A010)
Tamanho da população: >1000 pares reprodutores, correspondentes às populações dos IPS
Estatuto de conservação: Vulnerável.
A área do projeto é utilizada para reprodução. Esta ave visita as colónias, localizadas em terra, durante a época de reprodução. No período entre as épocas de reprodução a espécie migra pelo oceano atlântico em direção ao hemisfério sul e costa africana e também em direção ao Brasil, subindo a costa americana e voltando depois pelo hemisfério norte para as colónias em Portugal e Canárias. Em Portugal, a época de reprodução é semelhante nos Arquipélagos da Madeira, Berlenga e dos Açores, estendendo-se desde meados de Abril até final de Novembro, ocorrendo a postura em Junho e Julho. A espécie tem comportamento noturno nas colónias à semelhança da maioria dos Procellariiformes. As aves reprodutoras mostram fidelidade à colónia, ao ninho e ao parceiro, e as aves retornam à colónia onde nasceram. A dimensão da postura é de um ovo, e os períodos de incubação e de desenvolvimento da cria são de cerca de 60 e 90 dias, respectivamente. Espécie colonial que nidifica em cavidades escavadas no solo ou em aglomerados de rocha. A dieta da espécie inclui peixe epipelágico e epi-mesopelágico, lulas, crustáceos e ocasionalmente zooplâncton (Monteiro et al. 1996).
Historicamente foi afetada pela degradação do seu habitat no mar e em terra e caça e captura.
Nome da Espécie: Bulweria bulwerii - Alma Negra
Anexos: I da Directiva Aves (código A387)
Tamanho da população: <1000 pares reprodutores, correspondentes às populações dos IPS
Estatuto de conservação: Vulnerável, Vulnerável
A área do projeto é utilizada para reprodução. Bulweria bulwerii apenas visita as colónias, localizadas em terra, durante a época de reprodução. No período pós reprodutor, a espécie dispersa e/ou migra no mar, sendo a sua distribuição nesta fase desconhecida. Em Portugal, a época de cria é semelhante nos Arquipélagos da Madeira e dos Açores, estendendo-se desde meados de Abril até início de Outubro. A época de postura ocorre Maio e Junho (Nunes 2000). A espécie tem comportamento noturno nas colónias à semelhança da maioria dos Procellariiformes. As aves reprodutoras mostram fidelidade à colónia, ao ninho e ao parceiro, e as aves retornam à colónia onde nasceram. A dimensão da postura é de um ovo, o período de incubação é de 45 dias e o período de desenvolvimento da cria é de cerca de 60 dias. Espécie colonial que nidifica em cavidades em aglomerados de rocha ou de cascalho. A dieta da espécie é pouco conhecida e inclui lulas, peixe-lanterna e camarão, sendo uma espécie que se alimenta de noite em organismos mesopelágicos.
Historicamente foi afetada pela degradação do seu habitat no mar e em terra e pela caça e captura. Recentemente existem evidências que os coelhos e murganhos diminuem o seu sucesso reprodutor.
Nome da Espécie: Oceanodroma castro - Roque de Castro
Anexos: I da Directiva Aves (código A390)
Tamanho da população: DD pares reprodutores, correspondentes às populações dos IPS
Estatuto de conservação: Vulnerável, Vulnerável
A área do projeto é utilizada para reprodução. Oceanodroma castro é um pequeno Procelariiforme pelágico, que apenas visita as colónias, localizadas em ilhéus isolados, durante a época de reprodução. No período pós reprodutor a espécie dispersa/migra em movimentos não conhecidos. O. castro tem uma estratégia reprodutora bastante invulgar associada à elevada plasticidade em termos de época de reprodução. A época de reprodução da população de período quente inicia-se em Novembro e estende-se até Julho, ocorrendo a postura em Junho e Julho. A espécie tem comportamento noturno nas colónias à semelhança da maioria dos Procellariiformes. As aves reprodutoras mostram fidelidade à colónia, ao ninho e ao parceiro, e as aves retornam à colónia onde nasceram. A dimensão da postura é de um ovo. Espécie colonial, nidifica em elevadas concentrações, em cavidades resultantes de rochas e cascalhos amontoados, no solo debaixo da vegetação ou em muros em ilhéus isolados.
Historicamente foi afetada pela degradação do seu habitat no mar e em terra Recentemente existem evidências que os murganhos diminuem o seu sucesso reprodutor.
Nome da Espécie: Puffinus assimilis baroli - Pintainho
Anexos: I da Directiva Aves (código A388)
Tamanho da população: <100 pares reprodutores, correspondentes às populações dos IPS
Estatuto de conservação: Vulnerável, Vulnerável
A área do projeto é utilizada para reprodução. P. assimilis é a única espécie de Procelariiforme nidificante em Portugal com tendência para permanecer nas colónias durante o período pós reprodutor, apresentando movimentos de dispersão pouco conhecidos. Juntamente com Pelagodroma marina, constitui o único Procelariiforme que nidifica exclusivamente durante o Inverno. A época de cria estende-se desde meados de Novembro a Abril. A postura ocorre entre Janeiro e Março. A espécie tem comportamento vocal muito intenso à noite nas colónias à semelhança da maioria dos Procelariiformes. As aves reprodutoras mostram fidelidade à colónia, ao ninho e ao parceiro, e as aves retornam
à colónia onde nasceram. A dimensão da postura é de um ovo. A dieta da espécie é desconhecida. Espécie colonial que nidifica em cavidades em aglomerados de rocha.
Historicamente foi afetada pela degradação do seu habitat no mar e em terra e caça e captura. Recentemente existem evidências que os coelhos e murganhos diminuem o seu sucesso reprodutor.
Nome da Espécie: Sterna hirundo - Garajau Comum
Anexos: I da Directiva Aves (código A193)
Tamanho da população: <100 pares reprodutores, correspondentes às populações dos IPS
Estatuto de conservação: Vulnerável, Não ameaçada
A área do projeto é utilizada para reprodução. Sterna hirundo é uma gaivina presente durante quase todo o ano nos IPS. Os indivíduos reprodutores migram para a costa atlântica africana, desde a Mauritânia ao Golfo da Guiné. Os juvenis tendem a dispersar em torno das colónias quando deixam o ninho. Nidifica em ilhéus ou zonas costeiras isoladas nos arquipélagos da Madeira e dos Açores em concentrações de dimensões variáveis, podendo no entanto nidificar em zonas interiores noutros locais do continente europeu. A época de cria ocorre de Abril a Julho e a postura é normalmente de 3 ovos. A espécie mostra movimentos de diferente amplitude ao longo dos anos entre as diversas colónias conhecidas. Esses movimentos podem estar ligados à disponibilidade alimentar mas essa relação não está comprovada. Alimenta-se essencialmente de peixe no mar dependendo quer de zonas costeiras quer de zonas pelágicas.
Durante a época de reprodução é extremamente sensível à perturbação abandonando a área de nidificação muito facilmente.
FAUNA MALACOLOGICA TERRESTRE
(Os estatutos de conservação apresentados baseiam-se na IUCN RED LIST 2008)
Nome da Espécie: Helix subplicata (Idiomela subplicata)
Espécie endémica exclusiva do Ilhéu de Baixo
Anexos: Anexo II e IV da Directiva Habitats (código 1025)
Grau de conservação – Vulnerável
Tamanho da população: Desconhecido (provavelmente bastante reduzido)
Único representante do género endémico Idiomela (Hemmen Groh, 1984), esta espécie possui uma distribuição restrita sendo exclusiva do Ilhéu de Baixo, ocorrendo junto ao estrato herbáceo e rochas vulcânicas na zona sul numa área aproximada de 50m2.
Pode ser encontrada, no estado semi-fóssil, no Ilhéu de Ferro e na zona sudoeste (Calheta) e norte (Fonte da Areia) da ilha do Porto Santo (Cameron et al. 2006).
Esta espécie parece ter hábitos semelhantes a Cornu aspersum, na medida que se move livremente durante o dia. De acordo com Walden (1983), I. subplicata é uma espécie vivípara ou ovovivípara. Esta espécie produz poucos embriões quando comparado com as espécies semelhantes do género Helix, pelo que o diminuto número de indivíduos parece indicar uma baixa taxa de reprodução. O que lhe confere uma vulnerabilidade acrescida.
Esta espécie é especialmente vulnerável ao impacte causado pela introdução de roedores nos ilhéus, em especial o murganho (Mus musculus) e a competição por parte do molusco terrestre invasor Theba pisana (Seddon, 2008). O número de efetivos da população é reduzido, pelo que julgamos que poderá estar em estado critico de conservação.
Nome da Espécie: Caseolus calculus
Espécie endémica do Porto Santo (arquipélago da Madeira),
Anexos: Anexo II e IV da Directiva Habitats (código 1011)
Grau de conservação – Vulnerável
Tamanho da população: Desconhecido (provavelmente reduzido)
Esta espécie ocorre na ilha do Porto Santo (Pico Branco) e no ilhéu de Cima. A sua posição taxonómica no seu grupo é incerta (Groombridge, 1992). Apesar do género ser parte integrante da superfamília Helicoidea, Familia Hygromiidae (Bouchet et al. 2005) de acordo com a última revisão taxonómica efetuada, existe um debate sobre se o género Caseolus faz parte da subfamília endémica Geomitrinae (Bank et al, 2002 e outras referências inclusas) ou parte da subfamília/família Hygromiidae (Tribo trochoidinii - Schileyko, 1991 ou Tribo Geomitrinii - Nordsieck, 1989). Esta espécie é muito semelhante a Caseolus abjectus abjectus, diferindo apenas na ausência de perístoma contínuo. Vive normalmente junto ao caule a raiz das herbáceas ou debaixo de pedras. Neste contexto um bom estrato herbáceo é importante para que os seus números aumentem.
Pode ser encontrada no estado semi-fóssil na zona norte da ilha do Porto Santo, junto à Fonte da Areia (Cameron et al 2006).
Nome da Espécie: Caseolus commixtus
Espécie endémica do Porto Santo (arquipélago da Madeira)
Anexos: Anexo II e IV da Directiva Habitats (código 1010)
Grau de conservação – Vulnerável
Tamanho da população: Desconhecido (provavelmente reduzido)
Esta espécie ocorre na ilha do Porto Santo (Calheta, Morenos e zona sudeste da Ilha) e nos ilhéus de Cima, Baixo e de Ferro onde vive e se reproduz. A sua posição taxonómica no seu grupo é incerta (Groombridge, 1992). Apesar do género ser parte integrante da superfamília Helicoidea, Familia Hygromiidae (Bouchet, et al. 2005) de acordo com a última revisão taxonómica efetuada, existe um debate sobre se o género Caseolus faz parte da subfamília endémica Geomitrinae (Boettger, 1908, Mandahl-Barth, 1952; Waldén, 1983; Bank et al, 2002) ou parte da subfamília/família Hygromiidae (Tribo trochoidinii - Schileyko, 1991 ou Tribo Geomitrinii - Nordsieck, 1989). Esta espécie é muito semelhante a Caseolus abjectus abjectus, sendo mais achatada e com uma quilha mais densa e com granulações mais finas. Vive normalmente debaixo de pedras, em zonas íngremes ou na base de taludes. Não existe qualquer informação sobre o seu ciclo de vida ou comportamento reprodutor da espécie. A maioria das espécies pertencentes a este género são detritívoras, alimentam-se de vegetais vivos ou de detritos destes.
Nome da Espécie: Discula turricula (Geomitra turricula)
Espécie endémica exclusiva do Ilhéu de Cima
Anexos: Anexo IV da Directiva Habitats (código 1005)
Grau de conservação – Vulnerável
Tamanho da população: Desconhecido (muito reduzido)
Espécie endémica e exclusiva do Ilhéu de Cima, onde vive e se reproduz, G. turricula tem visto a sua área de distribuição diminuir ao longo dos anos devido a ações externas, maioritariamente de origem antrópica. Pode ser encontrada no planalto do ilhéu, numa zona circunscrita a 50m2, entre a vegetação rasteira ou debaixo de pedras, e ainda nas zonas de arriba para onde se tem deslocado nos últimos anos, Não são conhecidos os seus hábitos de reprodução nem tão pouco a sua ecologia. Ao nível da conservação, esta espécie é especialmente vulnerável ao impacte causado por qualquer alteração do seu habitat, Cockerell (1920) verificou que, após a construção do farol no ilhéu, os espécimes de G. turricula apresentavam conchas mais baixas e menos espiraladas, fruto da alteração e perda de habitat e presença humana. Pettitt (1970), após um estudo comparativo com as conchas de 1870 e de 1920 verificou que os espécimes haviam voltado ao equilíbrio, com as suas conchas a atingirem um tamanho uniforme. A introdução de roedores nos ilhéus, em especial o murganho Mus musculus e a competição por parte do molusco terrestre invasor Theba pisana, poderão constituir-se como fatores perturbadores para a espécie em apreço.
FLORA
Nome da Espécie: Chamaemeles coriacea
Espécie endémica da ilha da Madeira ocorrendo nos IPS.
Anexos: Anexo II* e IV da Diretiva Habitats, espécie prioritária (código 1537)
Grau de conservação – Esta espécie no conjunto das ilhas em que ocorre, de acordo com os critérios da IUCN de 2001, é um taxon “Vulnerável” enfrentando um risco elevado de extinção no estado natural. O seu estatuto de conservação na ilha e IPS, de acordo com os critérios IUCN (2001) é em “Perigo Crítico” de extinção.
Tamanho da população: O número total de indivíduos adultos desta espécie estimado para todo o arquipélago da Madeira é inferior a 400. O tamanho estimado da população, incluindo indivíduos jovens e adultos, para a ilha e IPS é de 6.
Nome da Espécie: Sideroxylon mirmulans (Sideroxylon marmulano)
Espécie endémica da Ilha da Madeira.
Anexos: Anexo IV da Diretiva Habitats (código 1651)
Grau de conservação – No conjunto das ilhas em que ocorre esta espécie não se encontra ameaçada. No entanto, de acordo com as categorias IUCN (2000) e com base numa reclassificação elaborada pelo Jardim Botânico da Madeira, as populações desta espécie da ilha e IPS devem ser consideradas “Em Perigo Crítico” de extinção.
Tamanho da população: O número de indivíduos adultos de Marmulano presentes nos ilhéus e ilha do Porto Santo é inferior a 50, o que o coloca entre os táxones/populações de carácter especial mais ameaçados do arquipélago da Madeira.
Esta espécie está restrita alguns picos e ilhéus da ilha do Porto Santo. Nestes últimos, está restrita às encostas ou falésias do ilhéu da Cal e ilhéu de Cima, constituindo o único elemento arbustivo-arbóreo indígena existente. Esta espécie encontra-se assim inserida no habitat natural de interesse comunitário da Diretiva Habitats, 1250 – Arribas ou Falésias com Flora Endémica das Costas Macaronésicas.
É de referir que as populações desta espécie presentes na ilha e IPS apresentam indícios de divergência morfológica, decorrentes da especificidade edafo-climática do Porto Santo, e que nos leva a considerar uma possível diferenciação ao nível genético em relação às restantes populações do arquipélago da Madeira, nomeadamente da ilha da Madeira e das ilhas Desertas. Neste contexto, devemos considerar as populações da ilha do Porto Santo com uma possível unidade evolutiva divergente das populações da ilha da Madeira e das ilhas Desertas, e por conseguinte uma unidade de conservação à parte.
Nome da Espécie: Phagnalon lowei (=Phagnalon hansenii; P benettii)
Espécie endémica da ilha da Madeira, ocorrendo nos IPS.
Anexos: Anexo II e IV da Diretiva Habitats (código 1817)
Grau de conservação – No conjunto das ilhas em que ocorre, esta espécie não se encontra ameaçada. No entanto, o seu estatuto de conservação nos IPS é desconhecido sendo possivelmente ameaçado.
Tamanho da população: O tamanho da população de indivíduos adultos na ilha e IPS é desconhecido e necessita de ser avaliado.
As populações desta espécie na ilha do Porto Santo encontram-se em áreas sujeitas a uma enorme pressão urbanística e turística, o que tem conduzido uma redução continuada e sistemática das populações desta espécie durante os últimos anos. Os ilhéus da ilha do Porto Santo constituem-se como refúgios privilegiados para a ocorrência desta espécie, da qual se destaca a zona planáltica do ilhéu da Cal. Embora esta espécie esteja considerada para todas as ilhas do arquipélago da Madeira, as populações da ilha do Porto Santo apresentam características fenotípicas que indiciam uma diferenciação genética em relação às restantes populações presentes nas ilhas da Madeira e Desertas, e por conseguinte a população da ilha e IPS deverão ser consideradas no seu conjunto como uma unidade de conservação distinta.
Nome da Espécie: Monizia edulis
Género endémico da ilha da Madeira
Anexos: Anexo II e IV da Diretiva Habitats (código 1620)
Grau de conservação – O número de indivíduos adultos estimado para o conjunto das ilhas do arquipélago da Madeira é inferior a 250. Esta espécie, de acordo com os critérios da IUCN de 2001, é um taxon “Em Perigo Crítico” enfrentando um risco extremamente elevado de extinção no estado natural. O seu estatuto de conservação nos IPS é desconhecido e necessita de ser avaliado.
Tamanho da população: Atualmente só existem três populações naturais confirmadas (Maciço Montanhoso Central da ilha da Madeira, ilhéu da costa norte da ilha da Madeira e ilha Deserta Grande). O Tamanho da população de indivíduos adultos desta espécie na ilha e IPS é desconhecido e necessita de ser avaliado.
COMO VISITAR A ÁREA DO PROJETO?
Para visitar a área de projeto, foram criados percursos temáticos interpretativos no Ilhéu do Farol que podem ser visitados com o apoio do IFCN.
A visita é apenas condicionada pelas condições do mar dado que o desembarque terá que ser sempre efetuado em segurança. A duração da visita é de cerca de 2 horas (a contar da partida da marina do Porto Santo).
Para marcações de visitas pedagógicas deverá ser contatado o Centro de Informação no Núcleo dos Dragoeiros das Neves (291 795155).
O clima é caraterizado pela temperatura amena durante todo o ano, sendo no entanto uma zona muito exposta ao vento.
O acesso ao ilhéu de Cima é efetuado por mar, sendo devidamente autorizado e credenciado pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza https://ifcn.madeira.gov.pt/areas-protegidas/ilheus-do-porto-santo.html).
Não se esqueça de levar calçado apropriado antiderrapante e o fato de banho pois o tempo poderá permitir um mergulho nas águas límpidas desta reserva natural.
RELATÓRIOS
Poster ‘Redução da poluição luminosa na conservação das aves marinhas do Porto Santo’
Entre 23-25 abril 2016 decorreu em Vila Real o IX Congresso de Ornitologia da SPEA e o VI Congresso Ibérico de Ornitologia, onde foi apresentado o poster com o título ‘Redução da poluição luminosa na conservação das aves marinhas do Porto Santo’.
Relatório do Projeto Life Ilhéus do Porto Santo
O projeto Life Ilhéus do Porto Santo (LIPS) teve início em setembro de 2010 e, após 5 anos, terminou em dezembro de 2015.
No âmbito deste projeto, foi elaborado um relatório dirigido ao público em geral, o Layman Report. Onde consta, de forma resumida, todo o historial do projeto.
Spots divulgativos
CALENDÁRIO DO PROJETO
Janeiro 2015 | Fevereiro 2015 | Março 2015 | Abril 2015 |
Maio 2015 | Junho 2015 | Julho 2015 | Agosto 2015 |
Setembro 2015 | Outubro 2015 | Novembro 2015 | Dezembro 2015 |
AGENDA
foto: © SPNM - Capa agenda LIPS 2015 | Agenda 2013 - Life Ilhéus do Porto Santo |
Agenda divulgativa do projeto LIPS, referente ao ano 2015.A principal mensagem/desafio é para que visite o Centro dos Ilhéus do Porto Santo e o Ilhéu do Farol!
LIVRO
Livro em Versão bilingue (Português-Inglês) |
OUTROS
calendário - Base de secretaria | História para colorir | Magnético |
T-shirts | Polos | Boné |
EXPOSIÇÃO ITINERANTE
REDUÇÃO DA POLUIÇÃO LUMINOSA NA CONSERVAÇÃO DAS AVES MARINHAS DO PORTO SANTO
O IX Congresso de Ornitologia da SPEA e o VI Congresso Ibérico de Ornitologia, decorreu em Vila Real entre 23-25 abril 2016.
No âmbito do projeto LIFE Ilhéus do Porto Santo, foi apresentado o poster com o título ‘Redução da poluição luminosa na conservação das aves marinhas do Porto Santo’.
FINAL DO PROJETO LIFE ILHÉUS DO PORTO SANTO
Passados 64 meses a contribuir para a recuperação dos habitats e espécies dos Ilhéus do Porto Santo, em dezembro de 2015 o projeto Life Ilhéus do Porto Santo terminou a sua 1.ª fase!
Para trás ficou um trabalho gigantesco, que, de um modo geral, muito contribuiu para a conservação e divulgação do património natural deste Sítio da Rede Natura 2000.
Obrigado a todos os que contribuíram.
WORKSHOP LIFE ILHÉUS DO PORTO SANTO
Realizou-se no Auditório da Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, o workshop do projeto Life Ilhéus do Porto Santo.
O evento decorreu em duas partes temáticas, tendo a primeira parte dado destaque à vertente divulgativa do projeto, onde foi apresentado o livro “Ilhéus do Porto Santo: Um Tesouro a Preservar” pelo Vice-reitor da Universidade da Madeira, Prof. Doutor Sílvio Fernandes.
Na segunda parte foi realizada a apresentação “Travando a perda da biodiversidade em ilhas: como e porquê? O caso estudo dos Projetos Life nos Ilhéus do Porto Santo e outras pequenas ilhas do Arquipélago da Madeira” pelo Doutor Paulo Oliveira e pelo Prof. Doutor Manuel Nogales que é Vice-presidente do Conselho Superior de Investigação Científica em Canárias, entidade que mundialmente lidera os trabalhos de conservação em Ilhas.
A seguir foi aberto o debate ao público presente, moderado pelo jornalista Paulo Santos.
Congratulamo-nos pelo êxito da iniciativa para o qual foi determinante o contributo de todos os que quiseram estar presentes.
CAMPANHA DE LIMPEZA SUBAQUÁTICA NO PORTO SANTO
Fotos cedidas por @Camara Municipal do Porto Santo |
No dia 31 de outubro de 2015) decorreu mais uma limpeza subaquática no porto do Porto Santo, promovida pela Câmara Municipal do Porto Santo, e que contou com a participação do SPNM.
Mais umas boas centenas de quilos de lixo retirados do fundo do mar, e a população sensibilizada: um sucesso a repetir!
CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO NO II FÓRUM SOBRE A POLUIÇÃO LUMINOSA
Decorreu, o II Fórum sobre a poluição luminosa no Centro de Congressos do Porto Santo a 08 de outubro de 2015.
REPORTAGEM PARA TV NOS ILHÉUS DO PORTO SANTO
Durante o verão de 2015 foi efetuada uma reportagem para o programa SOS-Animal na Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo (RAMPPS).
Esta reportagem cobriu espécies marinhas e terrestres dos Ilhéus do Porto Santo, e realçou a importância do projeto Life Ilhéus do Porto Santo.
Fotografia: Filmagens para o programa SOS-Animal nos Ilhéus do Porto Santo (SPNM)
EM 2015 VISITE OS ILHÉUS DO PORTO SANTO
Ilhéu do Farol (© SPNM) |
O Serviço do Parque Natural da Madeira ‘abriu’ oficialmente a época de visitas ao Ilhéu do Farol no ano de 2015. As visitas tiveram início em 2010 e superaram as expetativas de todos os seus visitantes.
MAIS UMA ÉPOCA DE SUCESSO NOS ILHÉUS DO PORTO SANTO
Em fevereiro de 2014, iniciaram, por mais um ano, o início dos trabalhos de campo nos Ilhéus do Porto santo, correspondentes às várias Ações do projeto Life Ilhéus do Porto Santo.
Foram recolhidos mais dados sobre a distribuição e o sucesso reprodutor das aves, sobre a malacofauna, foram recolhidas imagens para a elaboração de um DVD, foram monitorizadas espécies invasoras, foram realizadas dezenas de visitas, foram plantadas inúmeras plantas, foi realizado um evento divulgativo no Ilhéu do Farol, várias palestras, etc.
Passados 10 longos meses, em novembro, interrompemos os trabalhos para procedermos à análise dos dados recolhidos, para a escrita de relatórios, e para efetuarmos as devidas manutenções dos equipamentos/meios que apoiam o projeto.
FÓRUM SOBRE IMPACTES DA POLUIÇÃO LUMINOSA
fotos:Maurício Silva e Filipe Alves © SPNM |
No dia 25 de setembro de 2014 decorreu no Porto Santo o Fórum sobre impactes da poluição luminosa, no qual o SPNM fez uma apresentação alusiva ao projeto Life Ilhéus do Porto Santo e que culminou com uma forte adesão dos participantes a uma visita guiada ao Ilhéu do Farol no dia seguinte.
NOVA SUBESPÉCIE PARA A CIÊNCIA, ENDÉMICA DO PORTO SANTO
foto: Filipe Alves © SPNM |
Foi descrita uma nova subespécie para a ciência, que ocorre apenas no ilhéu de Cima e chama-se Monizia edulis santosii. Este é um resultado do trabalho da equipa do Jardim Botânico da Madeira, no âmbito do projeto Life Ilhéus do Porto Santo.
O EVENTO DO PROJETO LIPS NO ILHÉU DO FAROL FOI UM SUCESSO!
O evento do dia 09 de agosto de 2014 foi um sucesso, com muita música, sol, atividades de lazer, e acima de tudo, promovendo a interação entre o público e as áreas protegidas.
INÍCIO DA RECOLHA DE IMAGENS PARA O DVD DO PROJETO
Em abril de 2014 deu-se início à recolha de imagens para a elaboração de um DVD alusivo às diversas ações do projeto.
Foi com enorme sucesso que superamos mais um desafio.
CENTRO DOS ILHÉUS DO PORTO SANTO - 2014
Instalado ao abrigo de uma parceria celebrada entre o Serviço do Parque Natural da Madeira (SPNM) e o Clube Naval do Porto Santo (CNPS) no âmbito do projeto LIFE Ilhéus do Porto Santo, neste centro o visitante encontra a história da recuperação dos habitats desses ilhéus.
SUCESSO NA PLANTAÇÃO DE ESPÉCIES NO ILHÉU DO FAROL
Durante a última visita ao ilhéu do Farol em fevereiro de 2014, foi observado que a plantação de figueiras-do-inferno (Euphorbia piscatoria) e de plantas de erva-cabreira (Phyllis nobla) em novembro de 2013 foi um sucesso, tendo estas vingado.
ILHÉU DA CAL COM ELEVADA COBERTURA VEGETAL
O topo do ilhéu da Cal foi encontrado com elevada cobertura vegetal durante a última visita em fevereiro de 2014, fruto dos trabalhos de recuperação do projeto.
PLANTAÇÃO DE ESPÉCIES NO ILHÉU DO FAROL OU DE CIMA
Prevista na ação C5 “Potenciar o estabelecimento e expansão da vegetação indígena, em particular das plantas endémicas ameaçadas nos Ilhéus do Porto Santo”, foram efetuadas as primeiras plantações com vista ao reforço populacional das espécies arbóreas existentes nos ilhéus. Decorreu assim no passado mês de novembro de 2013, no ilhéu do Farol a plantação de 11 figueiras-do-inferno (Euphorbia piscatoria) e de 34 plantas de erva-cabreira (Phyllis nobla)
EVENTO LIFE ILHÉUS DO PORTO SANTO
Foi de 30 de agosto a 8 de setembro, e em parceria com a Expo Porto Santo 2013, que foi promovido no ilhéu de Cima um evento lúdico que pretendeu dar a conhecer um pouco mais do projeto de conservação da biodiversidade em curso nos ilhéus do Porto Santo.
Durante 9 dias, foi possível gratuitamente, conhecer no terreno este projeto, visitar o ilhéu de Cima realizando o percurso pedestre interpretativo, dar um mergulho com máscara ou experimentar um caiaque.
Realizou-se no dia 31 um passeio de Stand up Paddle organizado pelo Clube Naval do Porto Santo.
Este evento, integrado no projeto LIFE ILHÉUS DO PORTO SANTO, contou ainda com o apoio do clube naval do porto santo e da associação comercial e industrial do porto santo.
LEGISLAÇÃO
ANEXO A11- Regulamento Interno de utilização da RAMPPS
Plano de Ordenamento e Gestão da Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo.
Planta de Condicionantes da Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo.
Planta de Síntese da Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo.
Regulamento da Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo.
PARCEIROS
SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves
CONTACTOS
- Detalhes
A freira-da-madeira Pterodroma madeira é uma ave marinha pelágica, endémica da Ilha da Madeira. É uma das aves marinhas mais raras do Mundo, e esteve considerada extinta até aos finais da década de 1960. Apresenta uma população mundial de apenas 65 a 80 casais, com uma área de nidificação restrita ao Maciço Montanhoso Oriental, mais precisamente em pequenos patamares acima dos 1600 metros de altitude, localizados entre o Pico do Areeiro e o Pico Ruivo.
- Detalhes
A freira-do-bugio Pterodroma deserta é uma ave marinha pelágica, endémica da Madeira. É uma espécie extremamente rara, onde a sua população está basicamente restrita a um único local, com os ninhos concentrados no planalto sul da ilha do Bugio (uma das três ilhas Desertas) e alguns nas zonas de escarpa adjacentes. Apresenta uma população mundial cerca de 160 a 180 casais.
Historicamente, a freira-do-bugio foi durante muito tempo considerada, tal como a freira-da-madeira, uma subespécie de freira de pena lisa Pterodroma mollis, que nidifica no Atlântico Sul. Estudos resultantes de análises filogenéticas haviam demonstrado já que os taxa do Atlântico Norte se encontravam claramente separados de Pterodroma mollis, com duas espécies distintas de Pterodroma (P. madeira e P. feae), havendo ainda informações de natureza diversa que indicavam a existência de diferenças substanciais (morfológicas, etológicas e fenológicas) entre as duas populações de Pterodroma feae, nidificantes no arquipélago de Cabo Verde e na Ilha do Bugio, arquipélago da Madeira. Atualmente, e resultante de estudos genéticos comparativos, as populações de Cabo Verde e do Bugio são consideradas espécies distintas (P. feae e P. deserta respetivamente) reforçando o estatuto de ameaça da espécie e a importância da sua conservação.
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Um adequado conhecimento da abundância e da forma como os seres vivos se distribuem no espaço, constitui um aspeto determinante para que sejam tomadas medidas de gestão adequadas, com vista à preservação do meio ambiente. Uma das ferramentas que está ao dispor de quem tem por missão fazer a gestão dos recursos naturais são os Atlas. Por outro lado, pela sua importância ecológica, beleza e conspicuidade, as Aves são espécies que atraem a atenção do público no geral, e que além de desempenharem um papel ecológico de extrema importância, têm uma subestimada importância social, cultural e económica.
Foi pelo conjugar destes fatores que foi realizado, entre 2009 e 2013, este projeto ambicioso e transversal, o Atlas das Aves Nidificantes no Arquipélago da Madeira.
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As Áreas Protegidas comportam constantemente profundas alterações provocadas pelas múltiplas e crescentes atividades humanas que nelas se fazem sentir. A introdução de plantas invasoras, que levam à descaraterização dos ecossistemas, é uma, entre muitas, dessas alterações sendo uma das situações mais difíceis de controlar e recuperar.
Na Madeira, estas plantas foram introduzidas consciente ou inconscientemente, propagando-se e desenvolvendo-se espontaneamente, tornando-se a maior ameaça ao equilíbrio e futuro dos ecossistemas insulares. Perante a responsabilidade de conservar o Património Natural da Região,têm sido promovidos diversos projetos que visam controlar ou erradicar este tipo de plantas das Áreas Protegidas.
Lista de Espécies Isentas de Licença prevista no artigo 4.º do Decreto Legislativo Regional n.º17/2023/M, de 11 de abril, retificado pela Declaração de Retificação n.º2/2023/M, de 2 de maio (sem prejuízo do cumprimento de outras disposições legais)
Decreto Legislativo Regional n.º 17/2023/M - Aprova o regime jurídico aplicável ao controlo, à detenção, à introdução na natureza e ao repovoamento de espécies exóticas na Região Autónoma da Madeira e assegura a execução, na ordem jurídica regional, do Regulamento (UE) n.º 1143/2014, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro de 2014, relativo à prevenção e gestão da introdução e propagação de espécies exóticas invasoras.
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As Áreas Importantes para Aves, ou IBAs (do inglês Important Bird Areas), são áreas designadas, segundo critérios objetivos definidos pela BirdLife International, em função do estatuto de ameaça das espécies de aves que as utilizam.
Este projeto LIFE Natureza, promovido pela SPEA com o apoio do SPNM, decorreu entre 2004 e 2008, e teve por objetivo principal contribuir para a implementação da Diretiva Aves no meio marinho em Portugal, através da identificação do inventário de áreas mais adequadas para as aves marinhas incluídas no Anexo I da Diretiva, espécies de aves migradoras e invernantes regulares. O objetivo final da identificação de IBAs é conseguir que essas áreas venham a ser classificadas com estatuto de proteção legal, nacional e/ou internacional.
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A introdução de animais e plantas em ecossistemas insulares oceânicos é um dos grandes problemas de conservação dos nossos dias. Este panorama começou a desenhar-se quando o Homem passou a ter capacidade para continentalizar estas pequenas porções de terra, isoladas desde o dia em que surgiram. Tal como aconteceu um pouco por todo o Mundo, em tempos históricos a Selvagem Grande e a Deserta Grande foram alvo da introdução de várias espécies. Quatro das espécies mais lesivas para o equilíbrio destes habitats terrestres a cabra Capra hircus, o coelho Oryctolagus cuniculus, o murganho Mus musculus e a tabaqueira Nicotiana glauca foram alvo de projetos de controlo/erradicação com vista a permitir a recuperação destes patrimónios naturais.
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O pombo-trocaz Columba trocaz é uma espécie endémica da Ilha da Madeira e a sua distribuição é restrita à ilha da Madeira, sendo que outrora existiram evidências fósseis da sua presença na ilha do Porto Santo. Vive associado à floresta Laurissilva, apesar de ser frequentemente observado em zonas de floresta exótica adjacentes a esta. Apresenta uma clara preferência por áreas com predominância do Til Ocotea foetens, árvore que é bastante procurada ao longo de todo o ano. Os estratos herbáceos e arbustivos são também usados de forma consistente, com especial relevo para os períodos em que existe menor disponibilidade de baga.
A população desta espécie tem vindo a ser monitorizada e avaliada periodicamente desde 1996, estando atualmente estimada, nas suas áreas chave de ocorrência – floresta Laurissilva e áreas adjacentes, como sendo superior a 12000 indivíduos. É uma população que se mantém estável, com flutuações expectáveis para este tipo de populações selvagens, estando garantida a sua estabilidade e adequado funcionamento.
Em termos históricos a perda e degradação do seu habitat foi um fator determinante. Nos últimos anos tem-se vindo a assistir a um alargamento da área de distribuição desta espécie, sendo que atualmente, pode ser encontrada um pouco por toda a ilha. Por esta razão e fruto dos estragos que causa nos campos agrícolas, goza de uma grande impopularidade junto das populações rurais, o que se traduz em inúmeras reclamações anuais por parte dos agricultores. De forma a minimizar os estragos que esta espécie causa em áreas agrícolas, está em curso desde 2010 um programa de apoio aos agricultores, que consiste na distribuição gratuita de três tipos de dispositivos de afugentamento: um de exclusão (a rede de nylon) e dois de afugentamento (máquina espanta-pássaros a gás e fitas holográficas)
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Em março de 2017 decorreu o projeto Mac 2014-2020 LuminAves (Poluição Luminosa e Conservação nos Arquipélagos da Macaronésia- Redução dos efeitos Nocivos da Luz artificial sobre as Populações de Aves Marinhas).
Este foi um projeto com um custo total de €1.123.269,41, com um financiamento comunitário FEDER (85%) e decorreu entre 2017 e 2019.
Este projeto teve o seu principal beneficiário em Canárias (SEO Canárias- Sociedade Espanhola de Ornitologia) contando com parceiros na Madeira (Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM e SPEA Madeira) e nos Açores (SPEA Açores, Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia e o Fundo Regional de Ciência e Tecnologia).
Assentou sobre três pilares fundamentais:
- Conhecimento - Avaliar o atual estado de conservação das aves marinhas na Macaronésia;
- Iluminação- Reduzir o seu impacte nas colónias de aves marinhas;
- Divulgação, Proteção e Salvamento – Uniformizar e melhorar o sistema de resgate e recuperação de aves marinhas desorientadas pela poluição luminosa.
A apresentação pública do projeto na Madeira ocorreu no dia 18 de outubro de 2017
Para mais informações consulte a página do projeto em: www.luminaves.com
Evento final do projeto INTERREG LuMinAves – Poluição luminosa e conservação nos arquipélagos da Macaronésia: Redução dos efeitos nocivos da luz artificial nas populações de aves marinhas.
Decorreu no dia 3 de outubro, às 14 horas, no Auditório da Secretaria Regional dos Equipamentos e Infraestruturas, no Edifício do Campo da Barca, no Funchal.
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