A Madeira (arquipélagos da Madeira e Selvagens) está situada no Atlântico Norte, a aproximadamente 900 km a sudoeste de Portugal Continental e a 630 km a oeste da costa Marroquina. Com uma área total de 801,5 Km2, é constituída pela ilha da Madeira, pela ilha do Porto Santo e seus 6 ilhéus, e pelos grupos de ilhas Desertas (Ilhéu Chão, Deserta Grande e Bugio) e Selvagens (Selvagem Grande, Selvagem Pequena e Ilhéu de Fora).
A ilha da Madeira, com os seus 737 km2 de área é a maior e a mais alta, atingindo de comprimento máximo 63 km no sentido este – oeste e 23 km de largura máxima no sentido norte – sul. O seu pico mais alto (Pico Ruivo) eleva-se a cerca de 1861 m de altitude.
As ilhas destes arquipélagos têm em comum a sua origem vulcânica. As ilhas Selvagens datam de há 27 milhões de anos e formaram-se a partir do aparelho vulcânico que deu origem ao Arquipélago das Canárias. As ilhas do arquipélago da Madeira são mais recentes, tendo a sua formação iniciado há 14 milhões de anos e ocorrido em vários episódios vulcânicos. A ilha do Porto Santo é a mais antiga e cessou a sua formação há 8 milhões de anos. A ilha da Madeira, apesar das formações emersas do mar datarem de há 5,6 milhões de anos, a atividade vulcânica nesta ilha cessou apenas há 6000 anos.
A formação das ilhas Desertas resultou de um centro vulcânico diferente do da ilha da Madeira, tendo as Desertas se formado há cerca de 3,5 milhões de anos.
Nos arquipélagos da Madeira e Selvagens, o clima é fortemente influenciado pelos ventos alísios oriundos de norte – nordeste e pela orografia das várias ilhas.
Na ilha da Madeira o relevo é bastante irregular, predominando as montanhas rochosas entrecortadas por vales profundos com encostas íngremes. Uma cordilheira central com altitudes superiores a 1200 m e de orientação este – oeste determina uma vertente sul, soalheira e mais protegida dos ventos alísios, e uma vertente norte, sombria, mais fresca e húmida devido a uma maior exposição a estes ventos húmidos. Uma ação conjunta entre os ventos alísios e a orografia da ilha resulta na formação de nevoeiros e neblinas, mais frequentes na costa norte e em grande parte responsáveis pelos elevados níveis de humidade e precipitação aí observados. A combinação destes fatores, associado à localização geográfica do arquipélago, permite a existência de uma grande variedade de microclimas que possibilitaram o desenvolvimento e manutenção de uma elevada riqueza florística e de comunidades de espécies nativas dominantes, como por exemplo a Laurissilva.
As restantes ilhas do Arquipélago apresentam de um modo geral características áridas e semi-áridas. Devido à ausência de maciços rochosos que se elevam a alturas significativas, os ventos alísios carregados de humidade sobre passam estas ilhas, não havendo condensação da sua humidade. A pluviosidade é muito reduzida e para além disso, o pouco coberto vegetal e a elevada erosão do solo não permite a retenção da água da chuva, sendo a maior parte perdida por escorrência para o mar.