LEVADAS PELA MÚSICA
No passado dia 12 de junho, decorreu no anfiteatro do Jardim Botânico da Madeira Eng.º Rui Vieira, a apresentação pública dos trabalhos musicais e entrega de prémios às 7 escolas participantes no passatempo “Levadas pela música”.
Este passatempo, dinamizado pelo IFCN, foi destinado aos alunos 1º, 2º e 3º Ciclos da RAM e consistia na criação de uma composição musical, que honorificasse as “Levadas da Madeira”, um património construído que determinou a vida e a história cultural do povo madeirense.
Inscreveram-se no passatempo 7 instituições, nomeadamente a EB1/PE Assomada, EB1/PE de Câmara de Lobos, Escola Básica e Secundária Dr. Luís Maurílio da Silva Dantas, Externato Princesa Dona Amélia, EB23 Horácio Bento Gouveia, EB1/PE das Figueirinhas e a EBS de Santa Cruz, com um total de 153 crianças e 19 professores. Foram apresentadas e interpretadas sete composições musicais de excelente qualidade, resultado do fantástico trabalho efetuado pelos docentes e seus alunos!
Na iniciativa esteve presente a Secretária Regional da Agricultura, Pescas e Ambiente, Rafaela Rodrigues, o Presidente do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM, Manuel Filipe, a Comissão Consultiva da Candidatura das Levadas da Madeira a Património Mundial da UNESCO e colaboradores do IFCN.
Este passatempo contou com o apoio das seguintes instituições: a Direção Regional da Cultura, a Águas e Resíduos da Madeira, S.A.; a Escola Agrícola da Madeira; a Direção Regional de Juventude; a equipa multimédia da Secretaria Regional de Educação, Ciência e Inovação; a Frente MarFunchal – Gestão e Exploração de Espaços Públicos e de Estacionamentos Públicos Urbanos do Funchal E.M.; a Lactogal Produtos Alimentares S.A.; a Insular – Produtos Alimentares, S.A.; a GESBA - Empresa de Gestão do Sector da Banana, Lda.; a Empresa de Cervejas da Madeira, Lda., e ainda ao professor e músico Filipe António.
FOTOS DO EVENTO
TRABALHOS MUSICAIS
EB1/PE da Assomada | Levadas da Madeira
EB1/PE de Câmara de Lobos | Levadas – Legado dos nossos avós
Externato Princesa Dona Maria Amélia | Risos e Brincadeiras nas Levadas da Madeira
EB 2ºe 3º Ciclos Dr. Horácio Bento Gouveia | As nossas Levadas
Escola Básica e Secundária de Santa Cruz | Estradas d’água
EB1/PE das Figueirinhas | Vai barquinho
Escola Básica e Secundária Dr. Luís Maurílio da Silva Dantas (Escola do Carmo) | Ó Levadas da Madeira
IV SEMINÁRIO “LEVADAS DA MADEIRA”
Programa |
Foi com o auditório cheio que se realizou o IV Seminário Levadas da Madeira, na Escola Agrícola da Madeira, no dia 15 de maio.
Durante a manhã, decorreram as apresentações por parte de elementos do grupo de trabalho da candidatura das Levadas da Madeira a Património Mundial da UNESCO e durante a tarde foram realizadas visitas ao Centro Levadas da Madeira, no Parque Temático da Madeira, em Santana.
“LEVADAS COM ALMA”
“Levadas com Alma” é um registo de memórias/vivências dos madeirenses no que respeita à sua relação com as levadas. Este projeto enquadra-se nas atividades pedagógicas do programa de educação ambiental do IFCN, IP-RAM, sob o tema das Levadas da Madeira, um Bem que é candidato a Património Mundial Cultural da UNESCO.
Trata-se de uma recolha de testemunhos destinada a todos os madeirenses, especialmente àqueles que amavelmente se disponibilizaram para contar as suas vivências sobre as Levadas da Madeira.
É uma iniciativa programada para trazer à luz memórias, vivências e curiosidades relacionadas com as levadas, que as pessoas queiram partilhar, de modo a registar e perpetuar esses testemunhos no tempo.
VÍDEO DA CANDIDATURA – LEVADAS A PATRIMÓNIO MUNDIAL CULTURAL
Levadas da Madeira – candidatas a Património Mundial Cultural
As Levadas da Madeira representam um multifuncional sistema de canais de transporte de água, são usadas para o consumo humano, irrigação agrícola e demais regadio, ação de engenhos tradicionais, produção de energia elétrica e para usufruto da natureza, através do pedestrianismo.
Usando a gravidade, as águas são captadas nas nascentes da floresta primitiva e contornam abruptas montanhas com os canais a céu aberto ou em túneis escavados, alguns deles exclusivamente com a força braçal, para serem entregues em diversos pontos da ilha, consoante a sua finalidade.
Às Levadas da Madeira está associada uma diversidade de estruturas edificadas que fazem igualmente parte do património cultural madeirense. Destas edificações, destacam-se as galerias, casas de abrigo, casas de água, furnas, poios, poços, caixas de decantação, caixas de divisórias de água, serragem de água, moinho de água e centrais hidroelétricas. Igualmente relevantes são as estruturas de rega que podem ser encontradas em toda a ilha, a saber, as regadeiras e os tornadoiros. Todo este manancial está relacionado com o sistema e gestão da água neste território insular e a sua lógica distributiva, tão singulares que o distinguem de outros sistemas no mundo.
Concomitantemente, e construído à volta das Levadas da Madeira, existe um extenso património imaterial, incluindo práticas de regadio, a componente linguística, com termos e expressões que só a população madeirense compreende, assim como tradições, lendas e narrativas.
As “Levadas da Madeira” são candidatas a Património Mundial Cultural.
Levadas da Madeira - Candidatas à Lista do Património Mundial da UNESCO
III SEMINÁRIO "Levadas da Madeira"
Foi no dia 28 de junho que realizou-se no auditório do Arquivo e Biblioteca da Madeira (ABM), o III Seminário “Levadas da Madeira”, com abertura presidida pela Senhora Secretária Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas. Neste evento estiveram presentes as entidades envolvidas no processo da candidatura das Levadas a Património Mundial Cultural da UNESCO, nomeadamente, a ARM, EEM, DRC, SRAAC e o IFCN , bem como alguns oradores convidados, nomeadamente Dra. Vanda Serpa (SAACP) com o tema “A paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico”; a Doutora Susana Fontinha (SRAAC), coordenadora da candidatura das Levadas da Madeira, onde apresentou e fundamentou a candidatura deste Bem construído pelo povo madeirense; o Arq. João Carlos dos Santos (DGPC), onde abordou “Paisagem Cultural em Portugal” e o Arq. David Oliveira (SRAAC) que evidenciou a temática “Da construção às vivências”. No decorrer do dia houve momentos intitulados “Levadas pela conversa…”, onde os participantes, moderadores e convidados, abordaram e partilharam as suas vivências profissionais e lúdicas associadas às Levadas.
Ao longo do seminário foi possível contar com vários e distintos momentos artísticos, ligados ao tema das Levadas da Madeira, de forma enriquecer o evento. A Drª Celina Pereira leu dois poemas da autoria da Dra. Rita Rodrigues; a escritora e ilustradora Rafaela Rodrigues apresentou o livro infantojuvenil “O Levadeiro” de sua autoria, e por fim, um momento musical com o grupo Fábrica Anónima que apresentou um inédito intitulado “Levadas”.
No dia 29 de junho, realizou-se uma saída de campo à Levada do Risco, no Rabaçal, sendo esta uma das 8 Levadas candidatas. Os participantes além de percorrerem a levada, tiveram a oportunidade de visitar o Centro de Receção do Rabaçal, um polo de informação e orientação ao visitante, inserido em plena área de Laurissilva.
Ao longo dos tempos as Levadas foram reconhecidas como um bem cultural de grande valor, quer pelo trabalho engenhoso edificado pelo povo madeirense e integrado na natureza, quer pela sua preciosa multifuncionalidade, ou seja, à sua importância no transporte de água para consumo humano, fins agrícolas, produção de energia elétrica e ao facto de serem vias de descoberta da paisagem madeirense.
Desde 2017, as “Levadas da Madeira” integram a Lista Indicativa de Portugal a Património Mundial, preenchendo assim um pré-requisito indispensável para a candidatura de Bens a Património da Humanidade, ou seja, a Património Mundial sob a égide da UNESCO. A candidatura “Levadas da Madeira” a Património da Humanidade está a ser preparada pelo Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas (SRAAC), tendo por base as regras estabelecidas pela UNESCO e seguindo o formulário de candidatura dos Bens a Património da Humanidade. Em fevereiro de 2022 foi entregue pela SRAAC à Comissão Nacional da UNESCO, a primeira versão da Candidatura das Levadas da Madeira a Património Cultural Mundial e em 2023 são candidatas por Portugal a Património da Humanidade.
Neste enquadramento, é de vital importância informar e divulgar a referida candidatura, promovendo a envolvência e a participação dos cidadãos neste processo, trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo IFCN, IP-RAM através de um conjunto de iniciativas.
Neste sentido foram dinamizadas as seguintes atividades:
- Programa de Educação Ambiental alusivo às “Levadas da Madeira”
- Passatempo “Levadas em miniatura”
O IFCN levou a exposição itinerante, “Levadas em miniatura” e “Levadartes” a variados espaços, dos diversos concelhos da RAM, informando e divulgando a candidatura das Levadas da Madeira a Património Mundial Cultural, promovendo a envolvência e a participação dos cidadãos neste processo.
2022
Parque Temático de Santana de 24 de junho a 6 de julho;
Feira do gado de 7 a 10 de julho;
Madeira Shopping de 11 a 31 de julho;
Caniço Shopping de 11 a 22 de agosto;
Casa da Cultura de 22 de agosto a 19 de setembro;
Junta de Freguesia de São Gonçalo de 19 de setembro a 30 de novembro;
Biblioteca de Machico de 6 a 20 de dezembro.
2023
Loja do Munícipe do Caniço de 11 de janeiro a 6 de fevereiro;
Escola Básica e Secundária de Santa Cruz de 6 a 20 de fevereiro;
Museu Etnográfico da Madeira de 13 de março a 24 de abril;
Câmara Municipal de Santana de 24 de abril a 19 de maio;
Centro Cívico do Curral das Freiras de 3 a 27 de outubro;
Centro Cívico do Estreito da Calheta de 27 de outubro a 4 de dezembro
2024
Município do Porto Santo de 11 a 15 de março;
Escola BS da Ponta de Sol de a 17 a 23 de abril;
Centro Multiusos do Porto Moniz a 23 de abril 13 maio;
Escola Agrícola da Madeira de 13 a 17 de maio.
SEMINÁRIO “LEVADAS DA MADEIRA CANDIDATAS A PATRIMÓNIO CULTURAL MUNDIAL”
Foi no dia 24 de junho de 2022, que decorreu o seminário “Levadas da Madeira candidatas a Património Cultural Mundial”, no Auditório do Parque Temático da Madeira, em Santana.
Os participantes tiveram a oportunidade de ficar a conhecer o ponto de situação da candidatura das Levadas da Madeira e ao mesmo tempo auscultar as diversas entidades envolvidas no seu processo de candidatura.
No dia 25 de junho, percorreu-se uma das 8 levadas candidatas a Património Cultural Mundial: a Levada do Rei ou do Ribeiro Bonito.
Ao longo do percurso, foram proporcionados alguns momentos de informação relativa à gestão e distribuição de água da levada; à sua história e ainda sobre a biodiversidade ali existente.
INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO COLETIVA RESULTANTE DOS PASSATEMPOS: "LEVADAS EM MINIATURA" E "LEVADARTES"
Foi inaugurada no dia 22 de junho, a exposição “Levadas em miniatura” e “Levadartes”, no Museu da Electricidade - Casa da Luz.
Estas exposições surgem no âmbito de dois passatempos lançados à comunidade escolar, alusivos à candidatura das “Levadas da Madeira” a Património Mundial Cultural, com o objetivo de informar e divulgar a referida candidatura, promovendo a envolvência e a participação da comunidade neste processo.
O passatempo “Levadartes” foi lançado aos alunos das artes visuais e multimédia do ensino secundário, profissional e superior, para a criação de uma mascote gráfica original alusiva às “Levadas da Madeira” e o passatempo “Levadas em miniatura” que consistiu na construção de uma maquete alusiva às “Levadas da Madeira” foi dirigido às crianças do Pré-escolar e do 1º Ciclo e aos utentes dos Centros de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI´s).
Foi criada uma exposição itinerante constituída por 10 estruturas autónomas (rol ups), com informação, em português e inglês, e que faz referência à origem das Levadas e à epopeia da sua construção; à rede de canais existentes na Madeira; à sua multifuncionalidade e sustentabilidade; à sábia e histórica relação do madeirense com as Levadas; e ainda alguma terminologia madeirense relacionada com o tema.
A exposição está disponível à população podendo ser solicitada ao IFCN, IP-RAM ( ou 291 145 594).
Em 2019, foi dinamizado um workshop no auditório do Museu da Eletricidade – Casa da Luz, intitulado “Levadas da Madeira – 600 anos a vivificar a terra madeirense”.
As Reservas da Biosfera são espaços reconhecidos internacionalmente pela UNESCO, através do programa o Homem e a Biosfera - MAB (do inglês Man and the Biosphere) que pretende conciliar a conservação da diversidade natural e cultural com o desenvolvimento social e económico local. A atribuição do galardão de Reserva Mundial da Biosfera constitui o reconhecimento internacional não só das riquezas patrimoniais locais, como também, das atividades e setores, que de forma constante promovem o desenvolvimento sustentável local.
As Reservas da Biosfera procuram integrar três funções principais que passam pela conservação da biodiversidade e do património cultural, pelo desenvolvimento económico sustentável do ponto de vista ambiental e sociocultural e pelo apoio logístico no que toca à investigação, monitorização, educação ambiental e formação.
Neste âmbito, as Reservas da Biosfera são consideradas:
- Espaços de excelência para o desenvolvimento de novos modelos que permitam uma melhor gestão dos recursos naturais e das atividades humanas;
- Instrumentos de apoio para a implementação de um desenvolvimento sustentável a nível local;
- Locais de aprendizagem.
Atendendo às características, valores naturais e planos de gestão das diversas áreas que integram, as Reservas da Biosfera são tradicionalmente organizadas em três zonas:
Zona Núcleo: constitui a principal e mais bem preservada área da reserva, encontrando-se sob vários regimes de proteção e onde se desenvolvem projetos de pesquisa, monitorização e educação.
Zona Tampão: área intermédia que envolve e protege a zona núcleo, pelo que as atividades aqui desenvolvidas encontram-se devidamente regulamentadas.
Zona de Transição: área mais externa da reserva e onde a comunidade, as autoridades e o meio científico cooperam ativamente na gestão da reserva.
Atualmente, estão inscritas na Rede Mundial de Reservas da Biosfera 12 Reservas da Biosfera Portuguesas, sendo que, duas delas são da Região Autónoma da Madeira, nomeadamente, Santana e o Porto Santo.
Saiba mais em:
https://en.unesco.org/node/314143
https://unescoportugal.mne.gov.pt/pt/redes-unesco/reservas-da-biosfera-da-unesco
A Ilha do Porto Santo é uma Reserva da Biosfera!
O resultado foi anunciado no dia 28 de outubro de 2020.
No âmbito da sua candidatura foi criado um site de forma a se proceder à difusão de aspetos identitários relevantes, relativos à Ilha do Porto Santo – Região candidata a Reserva da Biosfera da UNESCO, promovendo a divulgação das iniciativas inerentes a esta candidatura.
Poderá consultar toda a informação em:
https://portosantobiosfera.madeira.gov.pt
Programa "Biosfera" - Porto Santo (EP5)
Programa "Biosfera" - Porto Santo (EP4)
Programa "Biosfera" - Porto Santo (EP3)
Programa "Biosfera" - Porto Santo (EP2)
Programa "Biosfera" - Porto Santo (EP1)
Ponta de São Lourenço | Laurissilva | Desertas |
A diversidade dos valores naturais que o arquipélago da Madeira ostenta e a preocupação pela preservação dos mesmos, é comprovada pela diversidade de Áreas Protegidas existentes.
MAPA DAS ÁREAS PROTEGIDAS DO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA
MAPA DA ÁREA REDE NATURA 2000 DO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA
MAPA DAS ÁREAS CLASSIFICADAS DO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA
REDE DE MONUMENTOS NATURAIS DA RAM
CLASSIFICAÇÃO DA REDE NATURA 2000 (EUROPEU)
MAPA DAS ÁREAS PROTEGIDAS DO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA
Estas englobam desde áreas exclusivamente terrestres, como o Parque Natural da Madeira, onde os valores naturais coabitam diariamente com a atividade humana e áreas exclusivamente marinhas, como a Reserva Natural Parcial do Garajau e a Reserva Natural da Rocha do Navio.
Englobam ainda áreas mistas (terrestres e marinhas), como a Reserva Natural das Ilhas Desertas, a Reserva Natural das Ilhas Selvagens e a Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo, autênticos santuários da vida selvagem terrestre e marinha, com enorme importância para a preservação de espécies únicas no mundo.
Em 2016 foi criada a Área Protegida do Cabo Girão, na sua parte marinha pelo Parque Marinho do Cabo Girão e na sua parte terrestre pelo Monumento Natural do Cabo Girão e pela Paisagem Protegida do Cabo Girão.
Em 2018 foi criada a Área Protegida da Ponta do Pargo, composta na sua parte marinha pelo Parque Natural Marinho da Ponta do Pargo e na sua parte terrestre pelo Monumento Natural da Ponta do Pargo e pela Paisagem Protegida da Ponta do Pargo.
A juntar a esta diversidade de áreas protegidas, o território da Região Autónoma da Madeira apresenta ainda espaços classificados incluídos na Rede Natura 2000, quer ao abrigo da Diretiva Habitats (11 Zonas Especiais de Conservação – ZEC e 8 Sítios de Importância Comunitária - SIC) quer ao abrigo da Diretiva Aves (5 Zonas de Proteção Especial - ZPE). Refira-se que em 2016, a Região Autónoma da Madeira aprovou a inclusão do Sítio Cetáceos da Madeira através da resolução n.º 699/2016, de 17 de outubro , sendo posteriormente aprovada pela Decisão de execução (UE) 2019/20 da Comissão de 14 de dezembro de 2018 que adota a sétima atualização da lista dos sítios de importância comunitária da região biogeográfica macaronésica e que está publicada em https://ifcn.madeira.gov.pt/biodiversidade/rede-natura-2000/classificacao-da-rede-natura-2000-europeu.html
MAPA DA ÁREA REDE NATURA 2000 DO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA
As políticas de conservação e de desenvolvimento sustentável dos espaços naturais da Região Autónoma da Madeira destacam o uso sustentado dos recursos naturais garantindo a proteção da sua enorme diversidade biológica, a qualidade ambiental e o desenvolvimento social, tanto para as presentes como para as futuras gerações.
MAPA DAS ÁREAS CLASSIFICADAS DO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA
REDE DE MONUMENTOS NATURAIS DA RAM
CLASSIFICAÇÃO REGIONAL
ÁREA |
TIPO CLASSIFICAÇÃO |
Parque Natural da Madeira |
Inclui áreas com diferentes tipos de proteção |
Reserva Natural Parcial do Garajau |
Reserva marinha |
Reserva Natural da Rocha do Navio |
Reserva marinha |
Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo |
Área Protegida (inclui a Área Classificada de ZEC) |
Reserva Natural das Ilhas Desertas |
Reserva Natural (sobrepõe a área classificada de ZEC) e incluída na área classificada de ZPE |
Reserva Natural das Ilhas Selvagens |
Reserva Natural (sobrepõe a área classificada de ZEC) e incluída na área classificada de ZPE |
Área protegida do Cabo Girão |
Parque Marinho; Monumento Natural e Paisagem Protegida |
Área Protegida da Ponta do Pargo |
Parque Natural Marinho; Monumento Natural e Paisagem Protegida |
CLASSIFICAÇÃO DA REDE NATURA 2000 (EUROPEU)
ÁREA |
TIPO CLASSIFICAÇÃO |
Maciço Montanhoso Central |
Área Classificada de ZEC e ZPE apenas a zona oriental, totalmente incluída no PNM |
Laurissilva |
Área Classificada de ZEC e ZPE, maioritariamente incluída no PNM |
Ponta de S. Lourenço |
Área Classificada de ZEC, parcialmente incluída no PNM e ZPE |
Ilhéu da Viúva |
Área Classificada de ZEC, sobrepõe à Reserva Natural da Rocha do Navio |
Achadas da Cruz |
Área Classificada de ZEC |
Moledos |
Área Classificada de ZEC |
Pináculo |
Área Classificada de ZEC |
Pico Branco (Porto Santo) |
Área Classificada de ZEC |
Ilhéus do Porto Santo |
Área Classificada de ZEC, incluída na Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo |
Ilhas Desertas |
Área Classificada de ZEC (sobrepõe à Reserva Natural das Ilhas Desertas) e ZPE |
Ilhas Selvagens |
Área Classificada de ZEC (sobrepõe à Reserva Natural das Ilhas Selvagens) e ZPE |
Paul do Mar - Jardim do Mar | Área Classificada de SIC |
Ribeira Brava | Área Classificada de SIC |
Cabo Girão | Área Classificada de SIC |
Caniço de Baixo | Área Classificada de SIC |
Porto Novo | Área Classificada de SIC |
Machico | Área Classificada de SIC |
Pico do Facho | Área Classificada de SIC |
Cetáceos Madeira | Área Classificada de SIC |
PORTAIS GEOGRÁFICOS PÚBLICOS
Através das ligações SIG que estão disponíveis nos portais geográficos públicos, é possível obter os limites das áreas classificadas da RAM. Consulte:
Catálogo Regional de dados geográficos
Registo Nacional de dados geográficos
Ponta de São Lourenço | Maciço Montanhoso | Laurissilva |
O Parque Natural da Madeira (PNM) é uma área protegida peculiar, quer pela riqueza do património natural e da beleza das paisagens que encerra, quer pelo património cultural e pelo facto de estar na íntegra aberto ao público.
SOBRE
CONTACTOS
Instituto das Florestas e Conservação da Natureza
COMO VISITAR?
A melhor forma para visitar o PNM é a pé, percorrendo a rede de percursos recomendados. Ao efetuar estes percursos poderá desfrutar das paisagens de alta montanha no Maciço Montanhoso, da exuberância da Laurissilva, da singularidade da Ponta de São Lourenço e de paisagens agrícolas que apresentam a ruralidade da Ilha da Madeira.
LOCALIZAÇÃO
A par da riqueza em biodiversidade existente no arquipélago da Madeira também existe uma grande diversidade ao nível da geodiversidade, que como testemunho do passado, deve ser conhecida e preservada no presente e transmitida e salvaguardada para o futuro.Para obter mais informação aceda a http://geodiversidade.madeira.gov.pt/
VALORES NATURAIS
Caldeirão Verde | Ponta de São Lourenço | Maciço Montanhoso |
A área de PNM apresenta altos e diversificados valores naturais, reconhecidos internacionalmente que ocorrem principalmente no Maciço Montanhoso Central, na Laurissilva e na Ponta de São Lourenço.
HABITATS
-
Charcos temporários mediterrânicos;
-
Charnecas macaronésicas endémicas;
-
Prados mesofilos macaronésicos;
-
Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica;
-
Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedo-Scleranthion ou da Sedo albi-Veronicion dillenii;
- Florestas endémicas de Juniperus spp.
-
Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica;
-
Laurissilvas macaronésicas;
-
Falésias com flora endémica das costas macaronésias;
- Formações baixas de euforbiáceas junto a falésias.
Garajau-comum | Freira-da-madeira | Pintassilgo |
FAUNA
Orquídea-da-serra | Isoplexis |
Uveira-da-serra |
Perpétua-de-são-lourenço |
FLORA
VALORES CULTURAIS
Levadas Poios |
Palheiros |
O PNM engloba um considerável património cultural, bastante rico e diversificado, permitindo descobrir os saberes transmitidos oralmente de geração em geração e onde se podem observar aspetos da humanização da paisagem que remontam ao início do povoamento da ilha, destacando-se o património rural com um conjunto riquíssimo de saberes fazer, tradições e património edificado.
HISTORIAL
Levadas | Casa do Sardinha – Ponta de São Lourenço |
ESTATUTOS DE PROTEÇÃO
O uso deste território é regulamentado pelo Plano de Ordenamento e Gestão da Ponta de São Lourenço, que estabelece Áreas de Proteção Total (os Ilhéus do Desembarcadouro e do Farol), Áreas de Proteção Parcial (península da Ponta de São Lourenço) e Áreas de Proteção Complementar (as praias, miradouros e Capela da Nossa Senhora da Piedade).
ATIVIDADES PERMITIDAS/INTERDITAS
Nas áreas de proteção parcial aplica-se um controlo das atividades a desenvolver, privilegiando-se a realização de trabalhos científicos, ações de conservação, atividades de sensibilização e educação ambiental e outras atividades, lúdicas e de lazer, devidamente autorizadas pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, que não prejudiquem os valores locais e os equilíbrios dos ecossistemas.
Nas áreas de proteção complementar pretende-se uma utilização sem comprometer o equilíbrio ambiental, ao mesmo tempo que se desviam as atividades humanas das áreas protegidas mais sensíveis.
Carece de autorização prévia do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza a realização de quaisquer obras de edificação, abertura de estradas, caminhos e outras vias de acesso, bem como a extração de produtos inertes de qualquer natureza, a efetuar na área de PNM.
Nos espaços agrícolas, é ainda apoiado e incentivado o modo de produção biológica.
A caça só é permitida para as espécies cinegéticas constantes na legislação vigente relativa à atividade venatória e no edital publicados anualmente onde, além das espécies a caçar, são definidos os períodos venatórios, os locais e os processos de caça.
Para informação mais detalhada consulte abaixo os Regulamentos dos Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira, da Laurissilva da Madeira e da Ponta de São Lourenço.
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
LOGOTIPO
O símbolo do PNM representa a biodiversidade do Parque Natural da Madeira e tem o seguinte significado:
Azul e Amarelo: Cores da Região
Nuvem: Nevoeiros da Laurissilva
Montanhas verdes ao fundo: Laurissilva
3 folhas: Til, Loureiro e Vinhático (por esta ordem)
Ave: Manta, espécie emblemática, taxa endémico da Região e presente ao longo de todo o Parque Natural da Madeira
Rocha do Navio | Centro de receção | Sala de exposições |
A Reserva Natural do Sítio da Rocha do Navio tem uma área total de 1710 hectares e um comprimento total de 6259 metros.
PROGRAMAS DE CONSERVAÇÃO, ESTUDOS E PROJETOS EM CURSO
SOBRE
É exclusivamente marinha e delimitada entre a Ponta do Clérigo a este e a Ponta de São Jorge a oeste e entre a linha definida pela preia-mar máxima e a batimétrica dos 100 metros, incluindo o Ilhéu da Rocha das Vinhas e o Ilhéu da Viúva.
A linha de costa da reserva é caraterizada por ser de arriba alta, rochosa e de difícil acesso. Contempla duas praias de calhau rolado - uma entre a Ponta de São Jorge e a Ponta de Santana; a outra, entre a Ponta de Santana e a Ponta do Clérigo. Próximo destas praias encontram-se, respetivamente, o Ilhéu da Rocha das Vinhas ou Ilhéu de São Jorge, e o Ilhéu da Viúva ou Ilhéu da Rocha do Navio.
O Ilhéu da Viúva possui uma altitude máxima de 94 metros e uma área planificada de aproximadamente 1,4 ha, é furado e destaca-se pela sua grandiosidade e beleza. Aqui é possível observar algumas plantas próprias das falésias litorais macaronésicas, algumas das quais são raras no espaço insular. Encontra-se integrado na Rede Ecológica Europeia de Zonas Especiais de Conservação - Rede Natura 2000.
Trata-se de um sítio que se reveste de valor natural, científico e cultural onde se destaca o património botânico. O Ilhéu da Viúva alberga um património florístico natural caraterístico do litoral madeirense, onde se evidenciam várias espécies de plantas exclusivas do arquipélago da Madeira.
O nome Rocha do Navio provém do naufrágio de uma escuna de nacionalidade holandesa, que ocorreu no século XIX em consequência de ventos fortes.
A reserva é visitada por um número significativo de pessoas residentes e estudantes dos vários estabelecimentos de ensino. A sua divulgação processa-se através de visitas e de ações de sensibilização e de informação. Trata-se de uma área protegida onde é possível compatibilizar os interesses recreativos e de conservação da natureza com os da atividade piscatória.
CONTACTOS
COMO VISITAR?
O acesso à Reserva Natural da Rocha do Navio faz-se através do Miradouro da Rocha do Navio por uma vereda escarpada na rocha ou por teleférico e o acesso ao mar é altamente limitado pelo estado do mar, frequentemente alteroso na costa norte da ilha.
No âmbito da Educação Ambiental existe um programa de visitas à Reserva, no qual poderá participar qualquer grupo de caráter pedagógico. Para tal, contacte o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza. Consulte igualmente o programa de atividades de Educação Ambiental.
LOCALIZAÇÃO
Teleférico |
A reserva localiza-se no litoral norte da Ilha da Madeira, no Concelho de Santana. É delimitada entre a Ponta do Clérigo a este e a Ponta de São Jorge a oeste e entre a linha definida pela preia-mar máxima e a batimétrica dos 100 metros, incluindo o Ilhéu da Rocha das Vinhas e o Ilhéu da Viúva, perfazendo um total de 1710 ha.
A par da riqueza em biodiversidade existente no arquipélago da Madeira também existe uma grande diversidade ao nível da geodiversidade, que como testemunho do passado, deve ser conhecida e preservada no presente e transmitida e salvaguardada para o futuro. Para obter mais informação aceda a http://geodiversidade.madeira.gov.pt/
VALORES NATURAIS
Cardume |
HABITATS
A reserva natural da Rocha do Navio combina uma variedade de fatores que a faz apresentar habitats que são representativos e importantes para a conservação in situ da biodiversidade.
Dado à grande importância destes habitats, alguns estão classificados de "Habitats de interesse comunitário".
Habitats de interesse comunitário presentes na Reserva Natural da Rocha do Navio:
-
Falésias com flora endémica das costas macaronésias;
-
Formações baixas de euforbiáceas junto a falésias;
- Grutas marinhas submersas ou semi-submersas.
FAUNA
Do ponto de vista ornitológico, constitui um local privilegiado para a nidificação de algumas espécies de aves marinhas pelágicas, da ordem dos Procelariformes, das quais a cagarra Calonectris borealis é um bom exemplo. Estas aves migratórias dependem de áreas com pouca perturbação e inacessíveis aos predadores, para nidificarem. Desta forma, locais como o Ilhéu da Rocha das Vinhas assumem, nos nossos dias, particular importância.
Outras aves marinhas que procuram estes habitats são a alma-negra Bulweria bulwerii e o roque-de-castro Hydrobates castro. Aqui podemos encontrar como nidificantes, duas aves marinhas costeiras: o garajau-comum Sterna hirundo e a gaivota-de-patas-amarelas Larus michahellis.
Na área terrestre adjacente à reserva podem ser observadas todas as rapinas diurnas que nidificam no arquipélago: a manta Buteo buteo harterti, o francelho Falco tinnunculus canariensis e o fura-bardos Accipiter nisus granti. As mais comuns nas cotas mais baixas são a manta e o francelho, duas aves que na Madeira apresentam o estatuto de Pouco Preocupante. A única rapina noturna do arquipélago, a coruja-das-torres Tyto alba schmitzi, nidifica também nas áreas adjacentes à reserva, podendo ser vista, ou pelo menos ouvida, frequentemente.
Associadas aos campos agrícolas, que na Fajã da Rocha do Navio vão quase até à zona das marés, podemos encontrar o melro-preto Turdus merula cabrerae e a toutinegra Sylvia atricapilla.
A cotas sensivelmente mais altas, em direta relação com a existência de vegetação arbustiva e arbórea de pequeno porte ocorrem ainda o tentilhão Fringilla coelebs maderensis e o bis-bis Regulus madeirensis.
No ambiente marinho, devido ao grande hidrodinamismo das suas águas, existe uma enorme aglomeração de peixe de distintas espécies, algumas com interesse comercial e de subsistência para a população local. Nesta riqueza ictiológica destacam-se, como espécies residentes, alguns peixes de grande porte, como sejam o mero Epinephelus marginatus, o badejo Mycteroperca fusca e o peixe-cão Bodianusscrofa, assim como uma grande variedade de outras espécies costeiras como o sargo Diplodus sargus, o sargo-veado Diplodus cervinus, o bodião Sparisoma cretense, o peixe-verde Thalassoma pavo e as castanhetas Abudefduf luridus e Chromis limbata. Típicas destes fundos rochosos são as moreias Muraena helena, M. augusti, Enchelycore anatina e Gymnothorax unicolor.
Nas rochas existem manchas coloridas de cor laranja, vermelho e castanho que não são mais do que colónias de ascídias que se assemelham muito com as esponjas-marinhas.Os ouriços-do-mar não são muito frequentes e estão inseridos em pequenas concavidades. Na zona de marés encontram-se ainda, caramujos Gibbula spp. e Monodonta spp. e lapas Patella spp..
Esporadicamente podem ser avistados o golfinho Tursiops truncatus, o lobo-marinho Monachus monachus e a tartaruga-careta Caretta caretta, espécies da fauna constantes do Anexo II da Diretiva Habitats. São espécies que por estarem apenas de passagem, e porque passam a maior parte do tempo submersas emergindo periodicamente para respirar, são de difícil observação. No caso do lobo-marinho, que geralmente utilizam praias no interior de grutas para repouso e reprodução, têm aqui uma gruta próximo ao Ilhéu da Viúva com condições para ser utilizada, o que aconteceu no passado.
FLORA
Trata-se de um sítio que se reveste de valor natural, científico e cultural onde se destaca o património botânico. O Ilhéu da Viúva alberga um património florístico natural caraterístico do litoral madeirense, onde se evidenciam várias espécies de plantas exclusivas do arquipélago da Madeira, nomeadamente: o massaroco Echium nervosum, a figueira-do-inferno Euphorbia piscatoria, o goivo-da-rocha Matthiola maderensis e o ensaião Aeonium glandulosum, para além do zimbreiro Juniperus sp. - árvore indígena muito rara. Esta vegetação é predominantemente herbácea e arbustiva, de caraterísticas xerofíticas, com grande multiplicidade de endemismos madeirenses e macaronésicos.
O interessante núcleo de zimbreiros aqui existente corresponde a uma espécie pouco frequente na Madeira e que foi muito utilizada no fabrico de mobiliário. Trata-se de uma árvore caraterística do litoral das ilhas da Madeira e do Porto Santo, apresentando no Ilhéu da Viúva um dos maiores portes de que há conhecimento.
Nas escarpas adjacentes à reserva, contempla-se igualmente vegetação caraterística das falésias costeiras macaronésicas, à qual se aliam redutos de Laurissilva, com destaque para alguns exemplares de faia-das-ilhas Myrica faya, barbusano Apollonias barbujana, alegra-campo Semele androgyna, seixeiro Salix canariensis e cabreira Phyllis nobla. A flora marinha é abundante, embora não seja muito diversificada. Na zona intertidal e infralitoral superior formam-se tapetes da alga-verde Codium adhaerens e da alga-castanha Halopteris filicina. Com o aumento de profundidade e a diminuição de luz a abundância da alga-verde é substituída pela alga-castanha Lobophora variegata e alga-vermelha Asparagopsis armata.
VALORES CULTURAIS
Lagar |
Na fajã da Rocha do Navio, onde a agricultura é praticada em pequenas parcelas, pode-se observar um lagar e um tanque para água escavados na própria rocha. São testemunhos da obra humana, dos agricultores daquela zona, numa tentativa de ultrapassar as dificuldades físicas impostas pelo acesso àquela área.
HISTORIAL
Esta reserva, criada em 1997, surgiu da vontade da população local, uma vez que estava consciente da degradação progressiva dos recursos pesqueiros do litoral do Concelho de Santana, consequência das ações de pesca indiscriminadas, devastadoras dos recursos haliêuticos.
A pesca era essencialmente efetuada com recurso às prejudiciais redes de emalhar e ao uso criminoso de explosivos. Para além de se pretender travar a desertificação dos fundos marinhos e contribuir para o repovoamento dos mesmos, objetivaram-se outras ações de conservação aliadas às atividades lúdico turísticas.
GESTÃO E PROTEÇÃO
Peixe-cão |
ATIVIDADES PERMITIDAS/INTERDITAS
O enquadramento legal para a proteção da Reserva Natural da Rocha do Navio estabelece uma Área Protegida Marítima que vai desde a Ponta do Clérigo a este e a Ponta de São Jorge a oeste e entre a linha definida pela preia-mar máxima e a batimétrica dos 100 metros, incluindo os Ilhéus Rocha das Vinhas e da Viúva.
Em toda a área de reserva é permitida:
-
a pesca comercial e a pesca sem fins comerciais, designadamente a desportiva e à linha;a apanha de lapa e caramujo no calhau;
- o mergulho amador;
- as atividades náuticas com caráter desportivo não motorizadas.
Está interdito em toda esta área:
- o uso de redes de emalhar ou outras, exceto as empregues na captura de isco vivo e o peneiro, empregue na captura da castanheta;
- a colheita, captura, detenção e ou abate de quaisquer espécies de aves ou plantas;
- o despejo de quaisquer detritos sólidos ou líquidos;
- a extração de quaisquer inertes, quer de origem marinha, quer terrestre;
- a apanha de lapa e caramujo de mergulho;
- a caça submarina.
Para informação mais detalhada consulte abaixo o Regulamento do Programa de Medidas de Gestão e Conservação do Ilhéu da Viúva.
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
Portaria 78/2017, de 16 de março, que suspende parcialmente a produção de efeitos da Portaria 30/2017, de 8 de fevereiro, que estabelece as taxas devidas pelo serviços prestados pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM.
Portaria n.º 30/2017, de 8 de fevereiro - Estabelece as taxas dos produtos e serviços prestados pelo IFCN
Regulamento do Programa de Medidas de Gestão e Conservação do Ilhéu da Viúva
Decreto Regulamentar Regional nº11/97/M, de 30 de julho - Cria a Reserva Natural do Sítio da Rocha do Navio.
Consulte ainda o Programa de Medidas de Gestão e Conservação do Ilhéu da Viúva!
PROGRAMAS DE CONSERVAÇÃO, ESTUDOS E PROJETOS EM CURSO
- Monitorização de Espécies.
Ilhéu de Baixo | Ilhéu de Fora e Ilhéu das Cenouras | Tartaruga-comum |
A particularidade ecológica da área costeira da Ilha do Porto Santo, complementada pela presença de ilhéus rochosos, com particular relevância do ponto de vista da biodiversidade, assim como, o uso desta área de uma forma sustentada levou à criação da Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo.
Nesta secção pode consultar os Planos de Ordenamento e Gestão das diferentes áreas protegidas da Região Autónoma da Madeira:
O Maciço Montanhoso compreende toda a cordilheira montanhosa central da ilha da Madeira, que a divide em duas vertentes, Sul e Norte, bem distintas e com declives acentuados. Ocupando uma área de cerca de 8200 hectares, este Maciço engloba as áreas localizadas acima dos 1400 metros de altitude, onde são consideradas duas zonas distintas, a parte Oriental e a Ocidental. É na parte Oriental do Maciço que se situam os picos de maior altitude, sendo os mais relevantes, o Pico Ruivo (1862 metros) e o Pico do Areeiro (1818 metros), entre outros de menor altitude. Na parte Ocidental destacam-se os pontos mais elevados na zona do Paúl da Serra, nomeadamente, o Pico Ruivo do Paúl (1640 metros) e a zona da Bica da Cana (1620 metros).
O Maciço Montanhoso é um Monumento Natural que integra a Rede de Monumentos Naturais da Região Autónoma da Madeira - Decreto Legislativo Regional n.º 7/2021/M, de 16 de março
O cunho fortemente acidentado desta área é, sobretudo consequência da ação da água que provoca uma erosão diferencial sobre as rochas piroclásticas. Por este facto, são bem visíveis vales profundos, precipícios e despenhadeiros, consequência da erosão provocada por águas torrenciais. O relevo é assim muito acidentado, onde predominam os declives escarpados. O planalto do Paúl da Serra é considerado o mais importante local de recarga dos aquíferos da Madeira e é servido por diversas infraestruturas, das quais se destacam parques eólicos, postos florestais, zonas de lazer e de recreio, casas de abrigo e parques de merenda, sendo atravessado por uma importante rede viária de estradas principais, secundárias e caminhos florestais.
Para mais informação sobre geodiversidade
Desde o princípio da colonização da ilha da Madeira, que o aproveitamento da silvo pastorícia, nalguns casos, de forma excessiva e desregrada, levou a uma enorme degradação do coberto vegetal em determinadas zonas do Maciço. Suínos, caprinos e ovinos, utilizavam todas as áreas, muitas vezes de forma anárquica, não permitindo a regeneração conveniente da vegetação. Ao longo dos tempos muitas foram as tentativas para racionalizar esta atividade, sendo que, a partir dos anos 80 do século passado, e de forma mais intensa, é que se logrou que a pastorícia deixasse de causar tanta devastação no coberto vegetal. Em 2003, conduzido pelo Governo Regional e com a colaboração voluntária de todos os intervenientes, conclui-se finalmente o processo de retirada do gado, tendo a vegetação do Maciço Montanhoso entrado finalmente num processo de recuperação, já hoje visível. O investimento feito, não só na atribuição de indemnizações pela retirada de gado, mas também, no esforço de arborização e florestação de centenas de hectares neste espaço, vem dando os seus frutos, cobrindo, de forma lenta, mas segura, o Maciço de um tapete verde que aumenta continuamente, não obstante a devastação causada pelos incêndios florestais do verão de 2010.
Está classificado como Zona de Proteção Especial, ao abrigo da Diretiva Aves, e como Zona Especial de Conservação, integrando a Rede Natura 2000. O Maciço Montanhoso faz parte igualmente do Parque Natural da Madeira com a designação de Reserva Geológica e de Vegetação de Altitude, acrescido do facto da maioria da área ter sido submetida, nos fins da década de 50 e princípios de 60 do século passado, ao Regime Florestal e integrar, total ou parcialmente, vários Perímetros Florestais.
O Maciço Montanhoso da ilha da Madeira é detentor de paisagens de rara beleza, que contrastando com as zonas de baixa altitude, apresenta no Inverno, longos mantos de cor branca, consequência da queda de neve. Ao nível da biodiversidade, a flora vascular de altitude, que ocorre acima da cota dos 1300 metros, exibe cerca de 54 espécies endémicas, incluídas em 22 famílias, algumas restritas aos picos mais elevados do Maciço, como a Estreleira, a Urze-rasteira, o Hissopo, a Arméria-da-Madeira e a Violeta-da-Madeira, entre outras. Os briófitos, por sua vez, apresentam uma grande cobertura e desempenham funções importantes na colonização, na estabilidade do solo e na dinâmica dos ecossistemas.
Relativamente à fauna, é obrigatório salientar a Freira-da-Madeira, uma das aves marinhas mais ameaçadas do Mundo que ocorre exclusivamente na ilha da Madeira, com o estatuto de conservação “Em Perigo”. Vive exclusivamente no mar, apenas vindo a terra durante a época de reprodução, entre fins de Março e meados de Outubro, altura em que podem ser ouvidas ao cair da noite quando voltam para os seus ninhos.
Alguns dos outros vertebrados que aqui ocorrem são comuns à Laurissilva, designadamente o Bis-bis, o Tentilhão e a Lagartixa, só para referir alguns exemplos.
Quanto aos invertebrados terrestres, é a comunidade de artrópodes terrestres que apresenta a maior riqueza faunística, distribuída por uma grande variedade de grupos. É de salientar ainda o grupo dos Aracnídeos que ostenta uma presença bastante significativa ao nível das aranhas, dos ácaros e dos pseudoescorpiões, entre outros.
Relativamente aos vertebrados introduzidos, no Maciço Montanhoso ocorrem várias espécies de mamíferos como o rato, o murganho e o gato, animais predadores cujo controlo é determinante para a perenidade das espécies autóctones existentes na área, como é o caso específico da Freira-da-Madeira.
Legislação
Lista de Espécies Isentas de Licença prevista no artigo 4.º do Decreto Legislativo Regional n.º17/2023/M, de 11 de abril, retificado pela Declaração de Retificação n.º2/2023/M, de 2 de maio (sem prejuízo do cumprimento de outras disposições legais)
Decreto Legislativo Regional n.º 17/2023/M - Aprova o regime jurídico aplicável ao controlo, à detenção, à introdução na natureza e ao repovoamento de espécies exóticas na Região Autónoma da Madeira e assegura a execução, na ordem jurídica regional, do Regulamento (UE) n.º 1143/2014, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro de 2014, relativo à prevenção e gestão da introdução e propagação de espécies exóticas invasoras.
A Ponta de São Lourenço é o extremo mais oriental da Ilha da Madeira, ocupando nove quilómetros de comprimento, em forma de península, no final dos quais se encontram o ilhéu do Desembarcadouro (ilhéu da Metade ou da Cevada) e o ilhéu do Farol (ilhéu da Ponta de São Lourenço ou de Fora).
Nesta área, assume particular relevo paisagístico, a Baía d’Abra, que pela sua configuração e grande extensão proporciona condições de ancoradouro excelentes. A Oeste, após a marina da Quinta do Lorde, encontra-se a pitoresca Prainha – pequena praia de areia escura. Sobranceira a esta encontra-se o Morro da Piedade, um cone vulcânico, onde foi erigida uma capela alusiva a Nossa Senhora da Piedade, no século XVI. A Norte da Prainha, assumem relevo as Dunas da Piedade. Este edifício dunar guarda fósseis do Quaternário, com 300 mil anos, constituindo registos únicos na Europa. Encontram-se aqui raízes fossilizadas, que indiciam a existência ancestral de uma vegetação bastante mais abundante e de maior porte, do que aquela que agora caracteriza a área.
A Ponta de São Lourenço é um Monumento Natural que integra a Rede de Monumentos Naturais da Região Autónoma da Madeira - Decreto Legislativo Regional n.º 7/2021/M, de 16 de março.
Para mais informação sobre geodiversidade
As entradas na Área Protegida da Ponta de São Lourenço têm um custo de 1€ para todo o visitante com mais de 12 anos (consultar Portaria n.º 60/2023, de 31 de janeiro).
De acordo com a Portaria em vigor, a partir do dia 1 de abril de 2023, a visita é gratuita para residentes da Região Autónoma da Madeira mediante a apresentação de comprovativo de residência ( Simplifica )
Visitante > 12 anos – 3€
Visitante ≤ 12 anos – gratuito
O ilhéu do Desembarcadouro e todo o extremo da península até ao muro de pedra da Baía d’ Abra foram adquiridos pela Região, através de uma iniciativa do Serviço do Parque Natural da Madeira, em 1994. A Casa do Sardinha, onde atualmente se encontra um dos centros de receção do IFCN, foi construída por particulares em meados do século XX, com o intuito de servir como lugar de refúgio e de férias.
Gestão e Proteção
Esta área, bem como toda a área marinha adjacente da costa Norte até à batimétrica dos 50 metros, estão integradas na Rede Natura 2000 como Zona Especial de Conservação. Em 2014 foi criada uma Zona Especial de Conservação cujos limites coincidem com os limites da ZEC incluindo também a área marinha a Sul até à batimétrica dos 50 metros (Decreto Regulamentar Regional nº3/2014/M, de 3 de março de 2014). Em 2015, os limites da ZPE foram alterados passando a incluir a área de ZEC, passando a incluir uma área de 1320ha (Resolução nº1226/2015, de 29 de dezembro de 2015).
O uso deste território é regulamentado pelo Plano de Ordenamento e Gestão da Ponta de São Lourenço, que estabelece Áreas de Proteção Total (os Ilhéus do Desembarcadouro e do Farol), Áreas de Proteção Parcial (península da Ponta de São Lourenço) e Áreas de Proteção Complementar (as praias, miradouros e Capela da Nossa Senhora da Piedade).
Pela singularidade e riqueza dos seus valores naturais, a Ponta de São Lourenço surge como um lugar de referência para quem procura a prática de turismo de natureza na Região, sendo cerca de 150 o número de pedestrianistas diários que a visitam. O Centro de Receção, que se localiza no final do trilho adstrito a esta área, oferece aos seus visitantes, por meio de uma exposição, um conhecimento acerca dos valores patrimoniais de maior relevância do sítio, abordando temáticas como a sua geologia, flora e fauna.
Lista de Espécies Isentas de Licença prevista no artigo 4.º do Decreto Legislativo Regional n.º17/2023/M, de 11 de abril, retificado pela Declaração de Retificação n.º2/2023/M, de 2 de maio (sem prejuízo do cumprimento de outras disposições legais)
Decreto Legislativo Regional n.º 17/2023/M - Aprova o regime jurídico aplicável ao controlo, à detenção, à introdução na natureza e ao repovoamento de espécies exóticas na Região Autónoma da Madeira e assegura a execução, na ordem jurídica regional, do Regulamento (UE) n.º 1143/2014, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro de 2014, relativo à prevenção e gestão da introdução e propagação de espécies exóticas invasoras.
Lista Regional de Espécies Invasoras
Para pernoitar na área protegida da Ponta de São Lourenço peça a sua autorização no Instituto das Florestas e da Conservação da Natureza, IP-RAM.
Biodiversidade
Na Ponta de São Lourenço, a diversidade biológica existente, é fortemente condicionada pela aridez e pela predominância de ventos, conferindo à vegetação características únicas dentro da Região da Macaronésia. Constituída essencialmente por plantas que estão adaptadas aos climas secos ou com longos períodos de seca, nesta área estão identificadas cerca de 160 espécies diferentes, das quais 141 na Ponta de São Lourenço (península) e 71 no ilhéu do Desembarcadouro.
A importância da flora vascular é reforçada pela percentagem de plantas endémicas da Macaronésia (8%) e do arquipélago da Madeira (14%), sendo algumas delas exclusivas desta área. A vegetação natural é composta essencialmente por muitas herbáceas anuais e bienais, associadas a alguns arbustos e raríssimas árvores de pequeno porte. As plantas que mais se destacam pela sua unicidade são a Estreleira, a Perpétua e a Vaqueira.
Na base e nas fissuras das rochas observam-se pequenos fetos, musgos e hepáticas. No ilhéu do Desembarcadouro, o terreno é aberto e coberto por vegetação rasteira e arbustiva. Constitui o último repositório de vegetação indígena característica do litoral, em bom estado de conservação, existente na ilha da Madeira, onde a forma mais rica são as extensas manchas de Trevina. Além disso, neste ilhéu o interesse florístico é imposto pela ocorrência de vários endemismos macaronésicos e madeirenses, como são exemplos, a Alpista e Almeirante, entre outros.
Esta área protegida está incluída na Rede Natura 2000 por ser uma Zona de Conservação Especial. No âmbito da BirdLife International está classificada como “Important Bird Area”, por ser um local de nidificação de algumas aves marinhas protegidas, tais como, a Cagarra, a Alma-negra, o Roque-de-castro e o Garajau-comum. O ilhéu do Farol é um local por excelência de nidificação de aves marinhas por não possuir quaisquer predadores terrestres, enquanto o ilhéu do Desembarcadouro é mais condicionado dado a existência de ratos. No entanto, é neste último que nidifica uma das maiores colónias de Gaivota-de-patas-amarelas da Região. As aves terrestres mais frequentes são o Corre-caminhos e o Pintassilgo, e as rapinas Manta, Francelho e Coruja-das-torres. Muitas outras aves migradoras visitam esta área, sendo o Maçarico, uma das mais representativas. Um grupo de animais com grande interesse, pela sua diversidade e singularidade, é o dos invertebrados. Este é representado essencialmente por moluscos e artrópodes. No entanto, apesar da existência de um levantamento dos moluscos da área e da identificação de alguns invertebrados, os conhecimentos sobre este grupo são ainda limitados. São conhecidas 35 espécies de moluscos terrestres, das quais 24 são endémicas do arquipélago. No ilhéu do Desembarcadouro foram identificadas 14 espécies, sendo 12 endémicas e, no ilhéu do Farol, 13 espécies sendo 11 endémicas. Um vertebrado terrestre nativo muito frequente nesta zona é a Lagartixa.
A fauna marinha está fundamentalmente bem representada e é abundante e diversificada. Na zona médio litoral, encontram-se povoamentos de Lapas e de Caramujos, sendo o Caranguejo-vermelho também abundante. Nos fundos rochosos, são frequentes os Pepinos-do-mar e Ouriços-do-mar. A juntar-se a estes animais, encontram-se várias espécies de Esponjas, Anémonas e Estrelas-do-mar. Relativamente ao grupo dos peixes merecem destaque o Sargo, as Castanhetas e o Bodião. Marcam também presença nestas águas, peixes de grandes dimensões como é o caso do Badejo e do Mero.
Nestas águas ocorrem também Tartarugas e várias espécies de mamíferos marinhos como os Golfinhos e o emblemático Lobo-marinho.
Para mais informação sobre fauna
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